Milhares de venezuelanos que vivem nos Estados Unidos se amontoaram em frente a um centro de convenções de Nova Orleans neste domingo (7) para depositar seus votos na eleição presidencial da Venezuela, com muitos esperando que seu voto ajude a tirar o presidente Hugo Chávez do poder. Muitos foram até Nova Orleans em voos comerciais e fretados ou dirigiram durante horas em caravanas de ônibus e carros, obrigados a viajar por conta própria depois que Chávez fechou o consulado da Venezuela em Miami no início deste ano.
Alguns gastaram centenas de dólares para ir de avião. Outros suportaram uma viagem de 16 horas de ônibus para votar no que as pesquisas sugerem que possa ser o maior desafio da oposição nos 14 anos de governo de Chávez. "Estou cansada, mas eufórica", disse Dafne Blanco, agente de seguros de 39 anos de Miami que viajou de ônibus. "Essa é nossa chance de mudar a direção da Venezuela".
Uma longa fila de venezuelanos se estendia por vários quarteirões em frente ao centro de votação aberto em Nova Orleans, perto do consulado. Muitos cantavam o hino nacional venezuelano e acenavam com a bandeira do país enquanto esperavam. Aplausos surgiam sempre que um ônibus com eleitores chegava.
Carolina Norgaard ficou na fila por 3,5 horas e provavelmente ainda ficaria por mais uma hora antes de depositar seu voto, mas disse que a espera valia a pena. "Hoje é o dia em que tomamos a decisão mais importante para o nosso país", disse.
Venezuelanos das classes média e alta, preocupados com o aumento da criminalidade e com o encolhimento das oportunidades econômicas em casa, provocaram um êxodo de profissionais venezuelanos nos últimos anos.
Segundo o censo americano de 2010, cerca de 215.000 venezuelanos vivem nos Estados Unidos, um aumento com relação aos 91.000 registrados em 2000. Grande parte vive em Miami ou perto. Na última eleição presidencial da Venezuela, em 2006, Chávez ganhou apenas 2 por cento dos quase 10.799 votos depositados pelos venezuelanos em Miami, segundo autoridades eleitorais.
Chávez ordenou o fechamento do consulado da Venezuela em Miami depois que o governo norte-americano expulsou a principal diplomata venezuelana na cidade em meio a alegações de que ela discutia possíveis ataques cibernéticos contra os Estados Unidos com o Irã e com diplomatas cubanos. Chávez negou as acusações.
Sua decisão, no entanto, significou que 20.000 eleitores venezuelanos registrados e morando na Flórida, Carolina do Norte, Geórgia e Carolina do Sul teriam que viajar por conta própria para Nova Orleans, o consulado mais próximo.
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