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Líder Sul-Africano

Desmond Tutu volta atrás e decide ir no enterro de Mandela

Nobel da Paz e maior símbolo da luta contra o apartheid depois de Nelson Mandela, o arcebispo Desmond Tutu anunciou que mudou de ideia e agora vai ao funeral de Nelson Mandela, em Qunu, na África do Sul.

Tutu havia dito que não compareceria por não ter sido convidado pelo governo sul-africano. "Eu gostaria de assistir à cerimônia para dar um último adeus a alguém de quem gostava, mas teria sido pouco respeitoso com Tata [Mandela] aparecer em algo que está planejado como um funeral privado da família", declarou Tutu, em um comunicado, antes que mudasse seus planos.

Segundo Roger Friedman, porta-voz de Tutu, o clérigo vai pegar um voo amanhã para ir ao funeral de Mandela. Ele não disse o que motivou a decisão.

A cerimônia não é exclusiva para a família, apenas o trecho final dela. Cerca de 5 mil pessoas, entre celebridades, líderes políticos e amigos, acompanharão o funeral em Qunu, vila dos ancestrais de Mandela.

Tutu é um crítico do atual presidente, Jacob Zuma, e do partido governista, o Congresso Nacional Africano. Suas denúncias de corrupção, abuso de poder e má gestão econômica o tornaram persona non grata no governo.

Em seu comunicado, divulgado antes da decisão de ir ao funeral, Tutu havia feito uma referência velada à tensão com o governo, ao dizer que não era "bem-vindo"."Se meu gabinete ou eu mesmo tivéssemos sido informados de que eu era bem-vindo, não perderia por nada no mundo", disse, na nota.

O porta-voz da Presidência, Mac Maharaj, então declarou que Tutu estava na lista de convidados. "Eu conferi e definitivamente ele está na lista. É uma pessoa muito especial para nosso país. Se existe o mínimo problema, faremos o necessário para solucionar", disse.

É mais um contratempo no atribulado período de luto decretado pelo governo desde a morte, no último dia 5. O governo ficou irritado com as vaias ao presidente Zuma no evento em memória de Mandela na última terça, em um estádio de Johannesburgo, e teve de pedir desculpas após acusações ao homem contratado para traduzir os discursos para linguagem de surdos.

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