Painel em Havana acusa os EUA de praticarem genocídio ao manter embargo econômico durante 52 anos| Foto: Enrique De La Osa/Reuters
Raridades no Brasil, os carrões americanos dos anos 50 são comuns nas ruas das cidades cubanas. Para cada um que continua circulando, pelo menos dois foram desmontados para fornecer peças
As relíquias
Rua de Havana Velha lembra as capitais coloniais da América Latina
A Havana moderna, com centro comercial e Malecon, ponto de encontro à beira-mar
A 5ª Avenida de Havana. É a rua mais
Loja de produtos Adidas, uma das poucos multinacionais que aparecem no comércio cubano
Mercado estatal em bairro de trabalhadores em Havana. Todos os produtos são nacionais
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Quando Barack Obama foi eleito pela primeira vez presidente dos Estados Unidos, em 2008, cresceu a expectativa na comunidade internacional de que o bloqueio econômico a Cuba fosse suspenso. Mais de quatro anos se passaram, Obama foi reeleito, e o embargo continua.

Pressão contra as medidas impostas por Washington não faltam. A Organização das Nações Unidas (ONU) já aprovou 21 vezes o fim do bloqueio. Há ainda mobilizações pela suspensão em todo o mundo, reunindo empresários, movimentos sociais, líderes políticos, intelectuais, artistas e organizações de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional.

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Após cinco décadas de sanções econômicas, ganha força fora dos EUA a tese de que as medidas atrapalham os negócios. Empresas privadas e estatais de diversos países querem vender e comprar produtos cubanos, mas receiam punições de Washington.

Um caso emblemático envolve a gigante brasileira da construção Odebrecht. A empresa foi impedida de participar de uma licitação pública na Flórida, avaliada em US$ 3,3 bilhões, por ter uma filial que faz trabalhos de construção no porto cubano de Mariel.

Arma

Em Cuba, o embargo serve de combustível para o regime atacar Washington. O governo calcula em US$ 1,06 trilhão os danos causados à economia cubana em 50 anos, considerando a depreciação do dólar frente ao valor do ouro. São quase 10 anos de toda a produção de Cuba, que tem um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 113 bilhões.

O ódio ao bloqueio é consenso entre a população cubana. A sensação que todo cubano tem é que todas as mazelas do país são decorrentes do embargo. "Tudo fica mais caro para nós. Não podemos comprar nenhum equipamento médico que tenha componentes americanos", reclama o vice-diretor clínico do Instituto Nacional de Oncologia e Radiobiologia, Jesús de Los Santos Renó Céspede.

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"É um crime. O bloqueio prejudica nossas crianças, a educação, a saúde, todos os setores da sociedade", dispara Rogerio Santana, funcionário do Ministério das Relações Exteriores (Minrex).

Restrições

Alimentadas pelo poderoso lobby anti-Cuba dos imigrantes cubanos que vivem na Flórida, as medidas de Washing­ton proíbem empresas subsidiárias norte-americanas em qualquer país do mundo de fazer negócios com Havana. Também vetam empresas de outros países de exportar para os EUA produtos que contenham algum componente cubano.

A justificativa dos EUA para o bloqueio é que Cuba precisa mudar o seu sistema político e econômico. Mas Washington também recebe pressão interna para suspender as restrições. Muitos exportadores de alimentos veem Cuba como um mercado para colocar seus produtos.

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