No primeiro dia sem Bento XVI no Vaticano, os cardeais começaram ontem a definir o calendário da sucessão no comando da Igreja. Eles vão abrir a Convenção-Geral na próxima segunda-feira, às 9h30 de Roma (5h30 de Brasília), para discutir os preparativos do conclave que escolherá o novo papa.
O encontro também servirá como um primeiro teste da receptividade às candidaturas dos cardeais mais cotados como possíveis sucessores do alemão Joseph Ratzinger, que anunciou sua renúncia no dia 11 de fevereiro e, desde ontem, é papa emérito.
Despontam nomes como os dos italianos Angelo Scola e Gianfranco Ravasi e do canadense Marc Ouellet, além do brasileiro Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo. Da África, surge o nome de Peter Turkson.
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A reunião inaugural foi convocada ontem pelo decano do Colégio de Cardeais, o italiano Angelo Sodano, em cartas enviadas a dioceses de todo o mundo.
O dia do início da eleição secreta, no entanto, só deve ser decidido ao longo da semana que vem, afirmou o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi.
A expectativa no Vaticano é que os cardeais encurtem essa fase preparatória, que pelas regras do direito canônico pode durar até 20 dias, e se confinem até o próximo dia 11 para votar. Em conversas preliminares, alguns deles já expressaram o desejo de participar da eleição, assistir à primeira missa do novo papa e voltar às suas dioceses até o Domingo de Ramos, dia 24.
"Terceiro mundo"
Aos 64 anos de idade, o cardeal Peter Turkson, de Gana, desponta como um dos favoritos entre os papáveis do chamado Terceiro Mundo para suceder a Bento XVI. E embora não esteja fazendo campanha pelo posto, o sacerdote africano tem, aparentemente, simpatizantes que a fazem por ele embora tal prática não seja aceitável pela rígida estrutura da Igreja. Centenas de pôsteres com o rosto de Turkson amanheceram ontem cobrindo muros e postes de Roma.
Os pôsteres foram colados por cima de propaganda de candidatos que concorreram nas eleições parlamentares italianas, na semana passada. Mas, ao contrário da política local, no pleito da Santa Sé não se pode lançar campanhas públicas. E acredita-se que os cartazes foram fixados ou por fãs ardorosos do cardeal.
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