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Que lembrança você guardará do pontificado de Bento XVI?

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O Vaticano mostrou o palácio de Castel Gandolfo e o dormitório no qual se alojará o Papa Bento XVI provisoriamente quando deixar o pontificado. No quarto a ser ocupado pelo sumo pontífice, nasceram 50 crianças durante a Segunda Guerra Mundial, filhos de italianos que ali se refugiaram.

A cidade de Castel Gandolfo, banhada pelo lago Albano, se encontra 30 quilômetros ao Sul de Roma, na região do Lácio, e, em 1626, o Papa Urbano VIII ordenou a construção da residência de campo para passar o verão.

Desde então, detalhou Saverio Petrillo, diretor da Vila Pontifícia de Castel Gandolfo, a Igreja Católica teve 31 Papas, dos quais apenas 15 pisaram no palácio e se hospedaram nele.

Um deles foi Bento XVI, que ao longo de seus quase oito anos de pontificado passou longas temporadas ali, onde escreveu parte da trilogia de livros Jesus de Nazaré.

"Aqui tenho tudo: o lago, a montanha e vejo o mar", afirmou Bento XVI após tomar posse do palácio. O prefeito da cidade gravou a frase em uma placa e colocou em uma praça.

Bento XVI deixará o Vaticano às 17 horas (hora local) do dia 28 de fevereiro em um helicóptero e, 15 minutos depois, estará em Castel Gandolfo, onde permanecerá por dois meses, até que sejam concluídas as obras de restauração do mosteiro de Mater Ecclesia, no recinto do Vaticano, onde ficará definitivamente.

Assim que chegar a Castel Gandolfo, está previsto que Bento XVI cumprimente aos moradores da varanda da fachada principal, naquela que será a sua última aparição pública como Papa.

Depois, ele se instalará nos dois andares que compõem o apartamento Papal, que inclui o dormitório do pontífice, os quartos dos secretários e das quatro laicas consagradas que cuidam dele e que vão acompanhá-lo nesta nova etapa, além de uma capela privativa.

Petrillo contou que, entre janeiro e junho de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, cerca de 10 mil pessoas se refugiaram no palácio.

Durante aqueles meses, nasceram no palácio 50 crianças, que vieram ao mundo no atual dormitório Papal, transformado em berçário.

Em agradecimento, os pais batizaram essas crianças com os nomes de Eugenio e Pio, em homenagem ao então pontífice Pio XII, Eugenio Pacelli.

SímboloEscultura de Bernini explica a essência do magistério petrino

Inês Migliaccio, especial para a Gazeta do Povo

Em clima de oração e curiosidade, a palavra "papa", pronunciada em distintos idiomas, é a mais ouvida pelas ruas ao redor do Vaticano. Muitas pessoas se acercam do centro da Praça de São Pedro, apontando para as janelas fechadas dos aposentos daquele que dirige a Igreja Católica até o próximo dia 27, como se tentassem abri-las com o olhar. Outras, fazem fila para entrar na Basílica. Entre inúmeros turistas, não faltam os brasileiros, como o paulistano Monteiro Neto, diretor da Rede Vida, reconhecido pela reportagem da Gazeta do Povo, diante do altar do Beato João Paulo II; e três curitibanas que assistiram à Santa Missa, celebrada no altar sob a Cátedra de São Pedro: uma obra de Bernini que simboliza a festa litúrgica que a Igreja comemora no 22 de fevereiro. Há apenas um ano, em sua homilia da concelebração eucarística com novos cardeais, Bento XVI recorria justamente a esta escultura para referir-se à essência do magistério petrino que agora ele passará para as mãos de outro.

Essa obra permite "uma eloquente explicação num elemento artístico muito conhecido, que enriquece esta Basílica Vaticana: o altar da Cátedra", disse o Papa. "Quando, depois de percorrer a grandiosa nave central e ultrapassar o transepto, encontramo-nos perante um trono de bronze enorme, que parece suspenso em voo mas na realidade está sustentado por quatro estátuas de grandes Padres da Igreja do Oriente e do Ocidente."

A explicação do sumo pontífice continua: "E, na janela oval, por cima do trono, resplandece a glória do Espírito Santo, envolvida por um triunfo de anjos. O que nos diz este conjunto escultório, nascido do gênio de Bernini? Representa uma visão da essência da Igreja e, no seio dela, o magistério petrino".

Na expectativa do Conclave, talvez se possa inferir que muitos católicos estarão rezando para que o "trono suspenso em voo" faça uma boa aterrissagem.

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