O conclave para a escolha do sucessor de Bento XVI terá início na próxima terça-feira, 12 de março, anunciou ontem o Vaticano por meio de nota oficial.
O dia vai começar com uma missa matinal na Basílica de São Pedro. Depois, os cardeais seguirão em procissão solene até a Capela Sistina.
A votação para escolher o papa em um conclave terá início imediatamente depois que todos os cardeais eleitores os que têm menos de 80 anos entrarem na Capela Sistina, no Vaticano, local tradicional para a definição dos sucessores.
Haverá apenas uma votação na terça-feira. Ela ocorrerá na parte da tarde. Caso ninguém seja apontado por ao menos dois terços dos membros votantes do colégio cardinalício, nos dias seguintes ocorrem duas votações de manhã e outras duas à tarde.
Nos últimos cem anos, nenhum conclave durou mais do que cinco dias.
Durante o conclave, os cardeais são mantidos em total isolamento do mundo exterior: não podem usar telefone, receber jornais, ver televisão ou ter acesso à internet. Nem tradutores são admitidos
Após três dias de votações sem resultado, ocorre uma suspensão de um dia para uma "pausa de oração". Em seguida, as votações voltam a ser realizadas e, se ainda assim o pontífice não for escolhido, será efetuado outro intervalo, seguido por sete tentativas.
O processo pode ser repetido em caso de indefinição. No conclave para escolher quem substituirá Bento XVI serão necessários os dois terços dos votos em todas as eventuais votações, sejam quantas forem. Também foi estabelecido que, caso se chegue à etapa de escolha entre os dois mais votados, os finalistas não poderão mais votar, como era admitido.
Acordos vetados
O voto no conclave é secreto. Além disso, os cardeais eleitores continuam obrigados a se abster de qualquer forma de pacto, acordo ou promessa que possa obrigá-los a dar ou negar o voto a outros. Quando foi eleito papa, em 25 abril de 2005, o então cardeal Joseph Ratzinger obteve dois terços dos votos já na quarta votação.
Cardeais terão padres confessores
Folhapress
Quando as portas da Capela Sistina se fecharem, na próxima terça-feira, os 115 cardeais que participarão do conclave não terão apenas o afresco do Juízo Final de Michelangelo para orientá-los na escolha do próximo papa.
Eles também poderão pedir ajuda espiritual a um confessor, escalado para ouvir eventuais pecados cometidos ou imaginados durante o período de isolamento.
O confessor, cuja identidade é mantida em sigilo, não precisa ocupar o mesmo posto na hierarquia da igreja. Basta que faça o juramento de segredo absoluto e fique no Vaticano à disposição dos cardeais eleitores até o anúncio do novo pontífice.
"Mas isso só será necessário, imagino, se o conclave se estender por vários dias. Não no caso de um conclave que dure dois ou três dias", disse o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi.
Além do religioso, os cardeais terão o apoio de uma equipe para organizar o processo de votação e de funcionários como cozinheiros, faxineiros e guardas. Todos, claro, sob a condição de reserva absoluta sobre o que acontecerá no conclave.