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Durante missas e discursos, o agora papa Francisco criticava duramente a desigualdade social argentina quando era arcebispo de Buenos Aires, capital do país.

Jorge Mario Bergoglio disse, em uma missa no bairro de Constituición, que na capital argentina "se cuida melhor de um cachorro do que de um irmão" e que a cidade fracassou e segue fracassando no combate à escravidão.

"A escravidão não está abo­­lida nesta cidade [Buenos Ai­­res]", disse o arcebispo a fiéis. "Nesta cidade se explora traba­­lhadores em oficinas clandestinas e, se são imigrantes, os priva da possibilidade de saírem dali."

O embaixador argentino em Roma, Juan Pablo Cafiero, disse que "a voz de Bergoglio tem peso no Vaticano".

As falas polêmicas do agora papa Francisco eram frequentes. Em outra missa, chamou a dívida social do país de "imoral, injusta e ilegítima". Para ele, a definição de dívida social é a "violação do direito de desenvolver uma vida plena, ativa e digna em um contexto de liberdade, igualdade, oportunidade e progresso social".

Bergoglio disse que "há de julgar a dívida social como imoral, injusta e ilegítima" devido ao "reconhecimento social que se tem acerca dos gra­­ves danos e consequências sobre a vida, o valor da vida e, portanto, sobre a dignidade humana".

Ele afirmou que a "maior imo­­ralidade" da dívida social, segundo os bispos argentinos, "ocorre em uma nação que tem condições objetivas para evi­­tar ou corrigir tais danos, mas que lamentavelmente parece lutar para agravar ainda mais a desigualdade. Isso disseram [os bispos do país] em 2004".

Segundo Francisco, a dívida "está arquivada entre quem tem a responsabilidade moral ou política de tutelar e promover a dignidade das pessoas e seus direitos e aquelas partes da sociedade que têm vulnerado seus direitos".

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