O papa Bergoglio inovou na escolha do nome. Nunca um pontífice havia se chamado Francisco nem mesmo os dois únicos franciscanos a chegar ao papado, Nicolau IV (1288-1292) e Clemente XIV (1769-1774). Mas São Francisco de Assis não parece ser o único homenageado pelo sucessor de Bento XVI: São Francisco Xavier, jesuíta missionário, aparece como uma inspiração forte.
São Francisco de Assis fundou a ordem dos franciscanos em 1209 e ganhou fama de protetor da natureza. Mas suas principais características são a pobreza e a simplicidade, por ter renunciado aos próprios bens. Como arcebispo de Buenos Aires, o novo papa mostrou adesão a esses valores, preferindo um apartamento ao palácio episcopal, usando transporte coletivo e cozinhando suas próprias refeições. A escolha pode ser, portanto, um indício de que a prioridade do papa será trazer de volta a serenidade em um momento conturbado para a Santa Sé. Conta-se que São Francisco de Assis ouviu de Deus o chamado "reconstrói a minha Igreja". Inicialmente ele pensou que se tratava de uma pequena igrejinha do local onde vivia, mas depois compreendeu que era a instituição católica que precisava de reconstrução.
São Francisco Xavier, jesuíta, como Bergoglio, foi missionário na Índia e no Japão, no século 16, e morreu às vésperas de chegar à China. Diz-se que ele converteu mais pessoas ao catolicismo do que qualquer outro missionário desde São Paulo. Por isso, é considerado padroeiro universal das missões.
Francisco, só
O Vaticano esclareceu que o nome oficial do papa é apenas Francisco, e não "Francisco I". O cardeal Jean-Louis Tauran, ao anunciar o nome ao mundo, também disse somente "Francisco", e é assim que o nome será grafado nos documentos oficiais. "Ele se tornará Francisco I somente depois que houver um Francisco II", explicou o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano.
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