Delegações de mais de 130 países estarão presentes à missa solene que marcará hoje o início do pontificado de Francisco, que ontem teve um encontro cordial com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
O Vaticano se prepara para a celebração dos festejos a São José com a chegada de mais de 30 chefes de Estado, além de representantes de outras nações, confissões e personalidades.
Por se tratar do primeiro papa latino-americano da história, haverá uma grande presença de líderes da região. Além de Cristina Kirchner, estarão presentes a presidente brasileira, Dilma Rousseff, o mexicano, Enrique Peña Nieto, e o chileno, Sebastián Piñera, entre outras importantes de governos latino-americanos.
Antes da cerimônia, o papa passeará a bordo do papamóvel pela Praça de São Pedro para saudar dezenas de milhares de fiéis esperados para a missa.
A cerimônia propriamente dita, no entanto, terá início com Francisco e os patriarcas católicos do oriente rezando perante a tumba do apóstolo Pedro, situada sob o altar-mor da Basílica de São Pedro.
A seguir, eles sairão em procissão pela praça. Francisco receberá então o Anel do Pescador, símbolo do papado que levará no dedo anelar da mão direita. Também será depositado sobre os ombros do novo pontífice o pálio branco com cinco cruzes vermelhas feito de lã de carneiro.
Finalizado o ritual, Francisco estará oficialmente entronizado como o 266.º papa da Igreja Católica e dará início à celebração litúrgica.
Pedido
A presidente Cristina Kirchner pediu ontem ao papa Francisco que a ajude na longa disputa entre Argentina e Reino Unido a respeito das Ilhas Malvinas, chamadas de Falklands pelos britânicos.
Cristina reuniu-se com o pontífice ontem e, depois do encontro, disse a jornalistas que pediu sua intercessão para "facilitar o diálogo" sobre o arquipélago, do qual os britânicos expulsaram os argentinos em 1833. Não se sabe como o papa respondeu ao pedido de Cristina.
Para Dilma, papa precisa compreender as opções diferenciadas
Agência O Globo
A presidente brasileira, Dilma Rousseff, disse ontem que o papa Francisco não deve ficar somente na defesa dos pobres, mas deve respeitar as opções de cada um. Em encontro com o imprensa, ela acrescentou que o pontífice tem "uma missão a cumprir" e mostrou estar contente pela escolha de um chefe da Igreja Católica que seja latino-americano.
"É uma postura importante [a Igreja para os pobres]. É claro que o mundo pede hoje, além disso, que as pessoas sejam compreendidas e que as opções diferenciadas sejam entendidas", disse à imprensa, após uma visita à exposição do pintor italiano Tiziano, na Scuderie Quirinale.
Sobre uma reforma maior na defesa de temas polêmicos da Santa Sé, Dilma não acredita que o novo papa poderá mudar a Igreja em questões morais, como o aborto ou o casamento homossexual. E destacou a importância de um papa argentino. "Em qualquer hipótese, um papa latino-americano é uma honra para a América Latina. Acho que é uma afirmação da região", disse.