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encontro com jornalistas

Papa diz que frase de brasileiro influenciou na escolha do nome

O papa Francisco explicou neste sábado, em discurso à imprensa internacional na Sala Paulo XVI do Vaticano, os motivos da escolha de seu nome como pontífice e revelou que uma conversa com o arcebispo emérito de São Paulo Cláudio Hummes durante o conclave o influenciou.

"Durante minha escolha, tinha junto a mim o arcebispo emérito de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero, o cardeal Cláudio Hummes, um grande amigo, que quando a coisa começou a ficar perigosa, ele me acalmou. Quando os votos chegaram a dois terços e os cardeais aplaudiram, ele me abraçou, me beijou e me disse: 'não se esqueça dos pobres'".

O pontífice afirmou que o pedido de Hummes entrou em sua mente e então pensou em São Francisco de Assis e também nas guerras e não teve dúvida que escolheria o nome "desse santo da pobreza e da paz e que ama e protege a criatura".

Dando continuidade ao discurso, o Pontífice fez um apelo para que a Igreja se preocupe mais os pobres, desejando que a própria Santa Sé fosse pobre. "Francisco é um home de paz, de amor à criatura, que protege a criatura. Ah! Como eu gostaría de uma Igreja pobre, e para os pobres", comentou.

Bem-humorado, o líder católico contou que outros cardeais fizeram sugestões para seu nome. Uns pediram que ele fosse Adriano, para simbolizar a reforma, e outros defendiam que fosse Clemente XV, para "se vingar de Clemente XIV", que tinham uma posição contrária aos jesuítas."Você devia se chamar Adriano, pois isso simbolizaria reforma. Precisamos de reforma. Outras sugeriam Clemente XV, para se vingar de Clemente XIV, que suprimiu a Companhia de Jesus, mas isso foram brincadeiras, é claro", contou o Papa, entre risadas dos presentes.

Jornalistas no evento ficaram surpresos com a postura de Francisco, diferente da formalidade - muitas vezes transformada em críticas - de Bento XVI com a mídia. O novo Papa chegou até a agradecer aos repórteres pela divulgação de notícias sobre o conclave. Ele disse que acredita que a missão dos profissionais está bem próxima da do Vaticano, que é propagar "a verdade, a bondade e a beleza".

"Vocês trabalharam muito, trabalharam mesmo", disse. "Sei que foram dias cheios, mas renovo aqui o meu convite para que vocês tentem conhecer cada vez mais a Igreja. Conhecer as motivações pessoais que a guiam. Vocês têm a capacidade de colher e divulgar o nosso tempo. O trabalho de vocês exige estudo e conhecimento como qualquer profissão, mas vocês tem o compromisso de divulgar a verdade. E isso nos torna muito próximos, pois a Igreja quer comunicar exatamente isso: a verdade, a bondade e a beleza."

Francisco também voltou a citar o Papa Emérito Bento XVI, dizendo que o Espírito Santo guiou sua decisão de renúncia pelo bem da Igreja. "Cristo está presente. O Espírito Santo nos guia. E tudo que aconteceu foi iluminado pelo Espírito Santo. Ele inspirou a decisão de Bento XVI. É importante levar na devida conta essa interpretação. Para enteder o centro dos eventos que aconteceram nos últimos dias."

Ao fim do discurso, ele foi largamente aplaudido pelos mais de 5 mil jornalistas presentes, muitos ao lado de suas famílias.

Na sexta-feira, Francisco fez uma visita surpresa a um cardeal que estava internado. Jorge Maria Mejia, de 90 anos, está internado na Clínica Pio XI, em Roma, após ter passado mal nos últimos dias. As visitas, os trabalhadores da clínica e os doentes ficaram surpresos ao ver o novo Papa, que foi aplaudido pelos presentes.

Neste domingo, às 8 horas, a Gazeta do Povo trasmite o primeiro Angelus do papa Francisco

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