Dilma deseja paz e lembra gestos de apreço ao país
Em mensagem ao papa emérito, a presidente Dilma Rousseff lembrou os gestos de apreço ao Brasil e lhe desejou saúde e paz. "Desejo que essa nova fase de recolhimento o encontre com saúde e paz", diz o texto.
Ela chamou de marcos históricos no relacionamento entre a Santa Sé e o Brasil a escolha do Rio para sediar a Jornada Mundial da Juventude, a canonização de Frei Galvão, primeiro santo brasileiro e a visita do papa a Aparecida (SP) em 2007.
O Planalto foi criticado por ter silenciado após o anúncio da renúncia, em 11 de fevereiro.
Grupo de cardeais articula nome de dom Odilo Scherer
Agência Estado
Cardeais americanos e parte dos prelados da Europa e de países em desenvolvimento começam a articular apoio à uma candidatura do cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, na sucessão de Bento XVI.
Um dos grupos que daria apoio a Scherer seria o dos EUA, que há anos vem destacando a necessidade de o pontificado sair da Europa.
Em Roma, esse grupo já começou a buscar apoio de outros cardeais para que, na primeira votação no conclave, Scherer apareça com um número significativo de votos. A estratégia é encontrar apoio na Europa, o que ajudaria a romper uma eventual coalizão no Velho Continente em torno de um nome local.
Com 63 anos, o brasileiro é um dos mais jovens do grupo e, apesar de jovem, é considerado como alguém de grande confiança pela cúpula do clero em Roma.
Bento XVI tornou-se ontem o primeiro papa a renunciar em 600 anos, encerrando um pontificado de oito anos. A jornada do 265.º papa rumo à aposentadoria começou com uma emocionada despedida no Vaticano, com os prelados católicos ajoelhados para beijar o anel papal de Bento XVI uma última vez.
O assessor mais próximo do papa chorou enquanto percorria ao lado de Bento XVI o caminho até a saída do Palácio Apostólico.
Enquanto os sinos dobravam na Praça São Pedro e nas torres das catedrais romanas, Bento XVI seguia de helicóptero para o retiro de Castelgandolfo, nas colinas ao sul de Roma.
Pouco antes, em um discurso de despedida a seus cardeais no Vaticano, Bento XVI buscou atenuar a preocupação em relação ao futuro do alto comando católico. Ele prometeu "obediência e reverência incondicionais" a seu sucessor.
Ele pediu aos cardeais que trabalhem em união para que o Colégio de Cardeais soe "como uma orquestra", onde "a concordância e a harmonia" possam ser alcançadas, numa clara mensagem ao conclave que vai escolher o próximo líder de um rebanho estimado e 1,2 bilhão de católicos.
O papa pediu aos cardeais que deixem suas diferenças de lado na escolha do próximo pontífice e prometeu orar por eles.
Peregrino
Depois de deixar o Vaticano de helicóptero, já em Castelgandolfo, Bento XVI dirigiu-se aos fiéis católicos pela última vez como papa e disse a seus seguidores que inicia agora o último estágio de sua vida como um "simples peregrino".
Bento XVI também afirmou que seguia em frente "para o bem da Igreja e do mundo".
O papa também despediu-se dos fiéis em sua conta no microblog Twitter: "Obrigado pelo amor e pelo apoio. Que vocês sintam sempre a alegria de colocar Cristo no centro de suas vidas".
Pouco depois das 20 h locais (16 h em Brasília), ao dobrar de sinos, os integrantes da Guarda Suíça em Castelgandolfo fecharam os portões do palácio de verão, encerrando simbolicamente um papado que entrará para a história com a renúncia do pontífice, ao invés de sua morte.
EncontroBrasileiros marcam presença na despedida de Bento XVI
Inês MigliaccioO brasileiro Raimundo Oliveira, na despedida de Bento XVI
Inês Migliaccio, especial para Gazeta do Povo
Um helicóptero sobrevoa a Praça de Castelgandolfo. Os sinos da Paróquia repicam anunciando a chegada de Bento XVI. O povo grita "Benedetto" e aplaude. Erguem-se as bandeiras e os estandartes daqueles que desejam despedir-se do papa, expressando-se com os símbolos de sua própria pátria. E, uma vez mais, nesta semana histórica para a Igreja e para o mundo, o Brasil marca sua presença.
Entre as centenas de pessoas na praça da cidade encontravam-se vários sacerdotes, jovens, senhores vestidos com as roupas típicas da região, famílias com crianças, vindas de toda a Itália.
Quatro membros de uma família nordestina os Oliveira também estavam lá. Vieram de Roma, onde participam com outros brasileiros de um encontro do Folcolare. Segundo Raimundo Oliveira, o evento reúne mais de mil folcolarinos de 18 países. Muitos deles se deslocaram a Castelgandolfo. "Nosso encontro foi planejado há seis meses. No entanto, não poderíamos imaginar que começaria com a despedida de Bento XVI", destacou.
O seminarista Rafael dos Santos, do Rio Grande do Sul disse que foi "um privilégio divino poder presenciar este momento último do papado de um homem santo."
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