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Sucessão na Santa Sé

Papa diz que segue em frente para o “bem do mundo”

Bento XVI tornou-se ontem o primeiro papa a renunciar em 600 anos, encerrando um pontificado de oito anos. A jornada do 265.º papa rumo à aposentadoria começou com uma emocionada despedida no Vaticano, com os prelados católicos ajoelhados para beijar o anel papal de Bento XVI uma última vez.

O assessor mais próximo do papa chorou enquanto percorria ao lado de Bento XVI o caminho até a saída do Palácio Apostólico.

Enquanto os sinos dobravam na Praça São Pedro e nas torres das catedrais romanas, Bento XVI seguia de helicóptero para o retiro de Castelgandolfo, nas colinas ao sul de Roma.

Pouco antes, em um discurso de despedida a seus cardeais no Vaticano, Bento XVI buscou atenuar a preocupação em relação ao futuro do alto comando católico. Ele prometeu "obediência e reverência incondicionais" a seu sucessor.

Ele pediu aos cardeais que trabalhem em união para que o Colégio de Cardeais soe "como uma orquestra", onde "a concordância e a harmonia" possam ser alcançadas, numa clara mensagem ao conclave que vai escolher o próximo líder de um rebanho estimado e 1,2 bilhão de católicos.

O papa pediu aos cardeais que deixem suas diferenças de lado na escolha do próximo pontífice e prometeu orar por eles.

Peregrino

Depois de deixar o Vaticano de helicóptero, já em Castelgandolfo, Bento XVI dirigiu-se aos fiéis católicos pela última vez como papa e disse a seus seguidores que inicia agora o último estágio de sua vida como um "simples peregrino".

Bento XVI também afirmou que seguia em frente "para o bem da Igreja e do mundo".

O papa também despediu-se dos fiéis em sua conta no microblog Twitter: "Obrigado pelo amor e pelo apoio. Que vocês sintam sempre a alegria de colocar Cristo no centro de suas vidas".

Pouco depois das 20 h locais (16 h em Brasília), ao dobrar de sinos, os integrantes da Guarda Suíça em Castelgandolfo fecharam os portões do palácio de verão, encerrando simbolicamente um papado que entrará para a história com a renúncia do pontífice, ao invés de sua morte.

EncontroBrasileiros marcam presença na despedida de Bento XVI

Inês Migliaccio

O brasileiro Raimundo Oliveira, na despedida de Bento XVI

Inês Migliaccio, especial para Gazeta do Povo

Um helicóptero sobrevoa a Praça de Castelgandolfo. Os sinos da Paróquia repicam anunciando a chegada de Bento XVI. O povo grita "Benedetto" e aplaude. Erguem-se as bandeiras e os estandartes daqueles que desejam despedir-se do papa, expressando-se com os símbolos de sua própria pátria. E, uma vez mais, nesta semana histórica para a Igreja e para o mundo, o Brasil marca sua presença.

Entre as centenas de pessoas na praça da cidade encontravam-se vários sacerdotes, jovens, senhores vestidos com as roupas típicas da região, famílias com crianças, vindas de toda a Itália.

Quatro membros de uma família nordestina – os Oliveira – também estavam lá. Vieram de Roma, onde participam com outros brasileiros de um encontro do Folcolare. Segundo Raimundo Oliveira, o evento reúne mais de mil folcolarinos de 18 países. Muitos deles se deslocaram a Castelgandolfo. "Nosso encontro foi planejado há seis meses. No entanto, não poderíamos imaginar que começaria com a despedida de Bento XVI", destacou.

O seminarista Rafael dos Santos, do Rio Grande do Sul disse que foi "um privilégio divino poder presenciar este momento último do papado de um homem santo."

Bento XVI

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