O papa Francisco deu aos responsáveis por sua segurança uma ideia de seu estilo, ontem, ao sair do portão do Vaticano para cumprimentar uma barulhenta multidão.
Ele rezou a missa da manhã deste domingo na pequena igreja de Santa Anna, poucos metros dentro do portão de mesmo nome, para trabalhadores do Vaticano que a frequentam.
O argentino chegou em um carro preto, mais uma vez dispensando a limusine papal, e imediatamente se aproximou das centenas de pessoas que haviam se reunido no portão para vê-lo.
Francisco cumprimentou as pessoas e beijou crianças e, várias vezes, conforme as pessoas se aproximavam, sorriu e apontou para o relógio de plástico em seu pulso para sinalizar que ele tinha que entrar para rezar a missa.
Depois da celebração, cumprimentou cada pessoa, conforme elas saíam. Antes de ir embora, mais uma vez, ele foi ao portão para acenar, diante do óbvio desconforto de seus seguranças.
Na mensagen, ele criticou a hipocrisia ao citar passagem bíblica em que Jesus salva uma adúltera do apedrejamento. "Nós também somos um povo que, por um lado, quer sentir Jesus, mas, às vezes, gosta de bater nos outros, condenar os outros. E a mensagem de Jesus é essa: a misericórdia", afirmou.
Depois, ao meio-dia, o papa realizou da janela de seu apartamento sua primeira oração dominical a uma plateia de dezenas de milhares de pessoas, na praça de São Pedro, no Vaticano. Vestido com a batina branca e uma cruz de ferro no pescoço, o novo pontífice foi bastante aplaudido.
Francisco disse que os católicos não devem se cansar de pedir perdão e que o sentimento de misericórdia pode mudar o mundo. "Misericórdia... essa palavra muda tudo. É o melhor que nós podemos sentir. Muda o mundo. Um pouco de misericórdia faz o mundo menos frio e mais justo", afirmou.
"Deus nunca se cansa de nos perdoar. O problema é que nós nos cansamos de pedir perdão. Mas ele nunca se cansa de nos perdoar, e nós nunca deveríamos nos cansar de pedir perdão", afirmou. Ele falou, ao menos em parte, de improviso, quebrando a tradição de ler o sermão.
O argentino voltou a se diferenciar do antecessor Bento XVI pelo tom informal e teve sua fala interrompida por aplausos.
Ele começou o discurso com "bom dia", saudou a multidão como "irmãos e irmãs" e fez piada ao citar um livro de teologia do cardeal alemão Walter Kasper.
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