Professor emérito da Unioeste nas áreas de História e Educação, Flávio Scherer sentiu como ninguém a transformação que Toledo passou entre a renúncia de Bento XVI e a escolha de Francisco para sucedê-lo. A cidade, conhecida pela forte presença no agronegócio, entrou definitivamente no mapa com a eleição do novo papa. O favoritismo atribuído ao cardeal dom Odilo Scherer, irmão de Flávio, fez com que o mundo quisesse conhecer a cidade do possível novo chefe da Igreja Católica.
"Nunca vi nada causar tamanha mobilização na cidade. Nem política, nem futebol, nem nada", atesta o padre Inácio Scherer, primo de dom Odilo e responsável pela Paróquia Cristo Rei, onde fica a Catedral de Toledo.
Com a eleição de Jorge Mario Bergoglio, a imprensa nacional e internacional deixou Toledo e os contatos passaram a ser mais corriqueiros, com vizinhos e desconhecidos, quase todos marcados pelo sentimento de "não deu".
"Estava todo mundo animado com a possibilidade de ser um papa com família aqui, que já rezou missa na nossa catedral. Mas o Divino iluminou que não deveria ser ele", conformava-se Inês Crestani, logo após a missa rezada por Inácio Scherer na quinta-feira. "Gostei do novo papa. Carismático, chegado ao povo, muito digno", tenta se animar Terezinha Pezenato, sem esconder que preferia ver dom Odilo no trono de São Pedro.