O professor de Ciência Política Jorge Lazarte analisa que chegou o momento de uma terceira força entrar em cena na disputa entre governo e oposição na Bolívia. No entendimento dele, a intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU) seria ideal para que as duas forças conversem sem que se sintam submetidas uma à outra. Lazarte acredita que uma mediação externa será necessária frente a um país muito confrontado e que abandonou o caminho dos acordos. "Os líderes perderam o controle sobre os próprios movimentos e agora temem que tudo se transforme em violência", afirma.

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O analista Ricardo Paz refuta a idéia de que algo possa mudar se Evo Morales for ratificado apenas no plano geral, sendo derrotado em alguns estados. "O referendo é de âmbito global. Em Santa Cruz, podem dizer: aqui, foi revogado, não é mais o presidente", comenta.

Jorge Lazarte, por sua vez, observa que o governo não deve se julgar demasiado "ganhador". "É importante manter um equilíbrio das coisas. Que o governo não tenha mais poder do que tem neste momento. E que as duas partes aceitem formular um novo texto de Constituição", argumenta Lazarte.

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O presidente Evo Morales aceitou incluir a questão das autonomias no projeto constitucional apresentado pela base aliada, mas estão previstos cinco modelos autonômicos, que acabam se sobrepondo, anulando-se e, assim, tornando-se inviáveis.

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