Os Estados Unidos estão entre os dez países mais perigosos para as mulheres. Infelizmente, no entanto, questões como mutilação genital feminina, casamento arranjado, estupro como arma de guerra, crimes de honra e mortalidade materna não cessaram.
Em vez disso, os "especialistas" parecem ter perdido qualquer perspectiva, categorizando os EUA como um país quase tão perigoso quanto a Nigéria, onde os militantes do Boko Haram sequestram, estupram e exploram sexualmente mulheres e meninas.
O ranking foi feito pela Thomson Reuters Foundation, o braço filantrópico da Reuters, "a maior agência de notícias do mundo". A fundação pediu a 548 "especialistas dos direitos das mulheres" que citassem os países mais perigosos dentre os 193 estados-membros das Nações Unidas em cuidados de saúde, acesso a recursos econômicos, práticas habituais, violência sexual e violência não sexual e tráfico de seres humanos.
Os resultados vieram da seguinte forma:
- Índia
- Afeganistão
- Síria
- Somália
- Arábia Saudita
- Paquistão
- República Democrática do Congo
- Iêmen
- Nigéria
- Estados Unidos
Notavelmente, estavam fora da lista da Reuters:
- Sudão do Sul e República Centro-Africana, onde as forças armadas sistematicamente violam as mulheres como arma de guerra.
- Mauritânia, onde cerca de 40% da população é escravizada, provavelmente muitas são mulheres.
- Coreia do Norte, onde dezenas de milhares de mulheres são traficadas e colocadas em campos de prisioneiros.
- Irã, onde as mulheres são presas por tirarem os hijabs e protestarem contra um regime opressivo.
- China, onde milhões de bebês do sexo feminino foram assassinadas sob a política do filho único.
- E Myanmar, onde um genocídio está acontecendo sob nossas vistas.
Eu poderia continuar citando outros países, mas de alguma forma é nos EUA onde as mulheres estão condenadas.
EUA: Há injustiça, mas há igualdade
Se viver nos Estados Unidos é mais perigoso para as mulheres do que viver em um país onde os corpos de meninos e homens são usados para acender fogueiras, enquanto mulheres são violadas e os bebês são agarrados pela perna e lançados ao fogo para serem queimados, então me perdoe - eu devo estar perdendo alguma coisa. Até onde eu sabia, as mulheres enfrentam injustiças nos EUA, mas ainda há igualdade perante a lei.
O mesmo não pode ser dito para esses outros países, ou para dezenas de outros que não apareceram na lista dos mais perigosos para as mulheres.
A inclusão dos EUA neste grupo demonstra o nível de ignorância entre "especialistas de mulheres" e por que muitos deles não devem ser confiáveis. Reflete a perigosa ideologia de "vitimização" que está difundida entre os estudantes universitários e mostra como o feminismo americano se tornou egoísta.
Harvey Weinstein, afinal, não se equipara ao Boko Haram.
Ao explicar a decisão de classificar os EUA como o 10º país mais perigoso para mulheres, a Thomson Reuters Foundation disse:
“Os Estados Unidos subiu no ranking, se juntando à Síria em terceiro lugar, depois que os entrevistados foram perguntados sobre qual foi o país mais perigoso para as mulheres em termos de violência sexual, incluindo estupro, assédio sexual, coerção ao sexo e à falta de acesso à justiça em casos de estupro. O país foi classificado em sexto para a violência não sexual”.
A pesquisa foi realizada após a campanha #MeToo, contra o assédio sexual, que viralizou em outubro do ano passado quando o magnata da indústria cinematográfica de Hollywood, Harvey Weinstein, foi acusado de má conduta sexual por mais de 70 mulheres, alguns dos casos datam de décadas atrás. Centenas de mulheres têm acusado publicamente centenas de homens poderosos no mundo dos negócios, do governo e do entretenimento por má conduta sexual e milhares de mulheres se juntaram nas redes sociais pelo movimento #MeToo a fim de compartilhar histórias de assédio sexual ou abuso.
Especificamente, os especialistas classificaram os EUA como o terceiro pior país na categoria violência sexual, a qual incluía “estupro como arma de guerra; estupro doméstico; estupro por um estranho; a falta de acesso à justiça em casos de estupro; assédio sexual e coerção sexual como uma forma de corrupção.
Isso coloca os EUA entre a Síria e o Congo, este último chamado de "a capital mundial do estupro".
Os EUA também ficaram em sexto lugar em Violência Não-Sexual, “incluindo violência relacionada a conflitos e formas de abuso físico e psicológico”. Isso nos deixa um pouco melhores do que a Arábia Saudita, onde as mulheres recentemente conquistaram o direito de dirigir.
#Me too: longo e atrasado
O #MeToo foi um movimento longo e atrasado, e a boa notícia é que está mudando. Homens que cometeram crimes estão sendo responsabilizados, e mais mulheres se sentem aptas para falar. Sim, ainda há muito trabalho a fazer. Mas a maioria dos casos de #MeToo nos EUA não se compara aos gritos das mulheres no Oriente Médio. Nem as injustiças se equivalem às desigualdades das mulheres no mundo em desenvolvimento.
Podemos enfrentar assédio sexual, agressão e até violência, mas isso não é sistematicamente usado como arma de guerra. E claro, alguns de nós não gostam do nosso líder, mas o nosso governo não está envenenando seu próprio povo.
Falando em termos relativos, as mulheres nos EUA estão seguras.
Para quem está perplexo com o nível de indignação na América hoje, não procure mais do que os resultados desta pesquisa. De acordo com "especialistas de mulheres", existem 183 países onde as mulheres vivem melhor do que nos EUA.
Para ser sincera, os EUA permitem que as mulheres sejam expulsas dos restaurantes, e que os líderes do Partido Democrata peçam a seus partidários para perseguir oponentes políticos. Mas, mesmo assim, as mulheres aqui estão muito bem. Tão bem, na verdade, que nossas fronteiras estão sobrecarregadas de gente que sonha em chamar esse lugar de "lar".
Fingir que a vida na América é mais perigosa do que tantos outros países é nada menos que triste, insultante e ridículo. Porque vamos ser claros: as mulheres estão muito melhor vivendo nos EUA do que estariam em lugares como Mianmar.
"Especialistas em mulheres", de todas as pessoas, deveriam saber disso.
Kelsey Harkness é uma produtora sênior do Daily Signal