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Guerra no Oriente Médio

Especialistas da ONU acusam Israel de estar realizando um “genocídio” em Gaza

Especialistas da ONU acusam Israel de estar realizando um “genocídio” em Gaza
Militar do Exército de Israel combatendo na Faixa de Gaza (Foto: EFE/ Patricia Martínez)

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Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) em direitos humanos disseram nesta segunda-feira (16) que “ninguém pode duvidar” que Israel está realizando um “genocídio na Faixa de Gaza” e que essa era a intensão do país “desde o início da guerra”, desencadeada pelos ataques terroristas do Hamas contra o território israelense em outubro de 2023.

“Acho que a intenção genocida [de Israel] foi demonstrada desde o início [...] Tivemos inúmeras declarações de autoridades israelenses dizendo que os palestinos são animais, que não podem ser tratados de acordo com os padrões internacionais de conduta de guerra”, disse o relator da ONU para a promoção da democracia, George Katrougalos, em entrevista coletiva, conforme informações da Agência EFE.

“E, desde então, a situação piorou muito, portanto, não creio que possa haver qualquer dúvida sobre isso”, respondeu Katrougalos, em um comentário que foi apoiado pelos relatores sobre o direito à água, o direito à saúde e os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados.

“Muitos de nós assinamos declarações desde meados de outubro [dias após o início da guerra] anunciando o grave risco de genocídio. E o genocídio está em andamento”, declarou Francesca Albanese, relatora sobre direitos humanos nos territórios palestinos.

Albanese disse que a comunidade internacional “falhou em sua responsabilidade legal de evitar o genocídio” em Gaza, e afirmou que a Cisjordânia – onde Israel está realizando uma operação antiterrorista contra membros do Hamas e de outros grupos extremistas -, pode também ser alvo desse “genocídio”.

Sobre a intenção de genocídio, o relator da ONU sobre o direito à água e ao saneamento básico, Pedro Arrojo-Agudo, disse que as autoridades israelenses anunciaram no início do conflito que cortariam o fornecimento de água, alimentos e eletricidade para Gaza, “o que implica o crime de extermínio”.

Arrojo-Agudo também afirmou que, nesse contexto, a água potável para a sobrevivência dos palestinos está sendo usada “como uma arma de guerra”.

O especialista destacou que, no momento, os habitantes da Faixa de Gaza estão sobrevivendo com apenas 4,7 litros de água por pessoa por dia, quando na vida cotidiana qualquer pessoa usa pelo menos 100 litros para cobrir suas necessidades e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu que 15 litros por pessoa por dia é o mínimo em situações de emergência (conflitos e calamidades naturais).

Em relação a isso, argumentou que o acesso muito precário à água em Gaza levou a 1,7 milhão de casos de infecções de todos os tipos nos 11 meses de conflito e que isso está causando mortes “silenciosas”, principalmente entre as crianças, que não são contadas como parte das baixas da guerra.

A relatora da ONU sobre o direito à saúde, Tialeng Mofokeng, disse que a única maneira de reverter essa situação é um cessar-fogo imediato.

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