O Grupo de Especialistas em Direitos Humanos na Nicarágua das Nações Unidas fez um apelo nesta terça-feira (5) para que outros países denunciem a ditadura de Daniel Ortega na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, na Holanda, devido aos crimes contra a humanidade praticados pelo regime sandinista.
Na semana passada, os especialistas haviam divulgado um relatório descrevendo esses crimes, intensificados a partir de 2018, quando ocorreram grandes protestos por democracia na Nicarágua. Desde então, a ditadura de Ortega aumentou a perseguição contra a Igreja, organizações da sociedade civil, oposicionistas e a imprensa.
Ángela Buitrago, membro do grupo de especialistas da ONU, disse à agência EFE que qualquer país signatário da Convenção dos Direitos Humanos pode denunciar a Nicarágua na CIJ.
Entre os crimes citados, estão declarações de apatridia de opositores e tortura. “E estamos falando também da questão dos crimes de execução extrajudicial, [que] pode ser um crime concebido como contra a humanidade e nestes casos temos um grande catálogo de violações”, afirmou Buitrago.
Apesar desse histórico, na sexta-feira passada (1º), o regime de Ortega entrou com uma ação na CIJ contra a Alemanha, alegando que o país europeu violou a Convenção sobre o Genocídio ao apoiar Israel na guerra contra o grupo terrorista Hamas em Gaza.