Com a recente colisão envolvendo um satélite ainda fresca nas mentes, os participantes de um encontro da última semana na capital austríaca, Viena, discutiram formas de lidar com os resíduos espaciais lixo que está obstruindo a órbita ao redor da Terra.
Alguns sugerem que uma limpeza cósmica é o mais indicado. Outros revelam que o tempo, a energia e o dinheiro podem ser melhor empregados para minimizar a probabilidade de futuras colisões, com a melhoria no compartilhamento de informações.
As discussões informais envolvendo o encontro do Comitê das Nações Unidas para os Usos Pacíficos do Espaço, que começaram no dia 9 e terminaram na última sexta-feira, cresceram com a colisão entre um satélite militar russo abandonado e um satélite comercial Iridium norte-americano.
Nicholas L. Johnson, cientista chefe da Nasa para entulho espacial, acredita que a "verdadeira solução" a longo prazo é ir atrás do lixo ou mandá-lo para um altitude maior, antes que tenha a oportunidade de se chocar com algo.
Johnson é coautor de um estudo da Academia Internacional de Astronáutica que avalia as formas de se extrair lixo espacial da órbita da Terra. Algumas das sugestões parecem bastante improváveis.
Uma propõe que se prendam balões a pedaços de sucata para aumentar a força da atmosfera, fazendo com que eles voltem à Terra mais rapidamente. Outra, segundo Johnson, prevê que se amarre uma trava eletrodinâmica de 16 quilômetros à sucata. A trava geraria uma corrente, que poderia ser controlada do solo, permitindo aos técnicos trazer a sujeira.
Muitos cientistas se mostram céticos com a possibilidade de uma limpeza.
Richard Crowther, o delegado-chefe da Grã-Bretanha no encontro, sugeriu que extrair a sucata do espaço seria custoso e arriscado, causando mais explosões e colisões que, por sua vez, gerariam mais lixo.
Brian Weeden, consultor técnico da Secure World Foundation, uma organização sem fins lucrativos, sustenta que o cenário ideal envolveria a criação de uma rede global que compilaria dados da localização da sucata, "limpando a casa" para todos.
A Agência Espacial Europeia começou um programa que atende em parte a esse objetivo, ao monitorar a sucata espacial e estabelecer padrões uniformes para evitar futuras colisões bem acima do planeta.
Lançada em janeiro, a iniciativa de 50 milhões de euros (US$ 64 milhões) busca ampliar as informações para cientistas em terra sobre estimados 13 mil satélites e outros artefatos feitos pelo homem que orbitam ao redor do planeta.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião