Outras cidades da Grã-Bretanha, e não só Londres, são alvos prováveis de ataques a bomba, disse um centro de estudos sobre segurança nesta terça-feira.
O relatório do Centro para Estudos de Defesa, do Kings College de Londres, afirmou que os agressores podem variar a localização do ataque ou o tipo de alvo, para tentar evitar os serviços de segurança britânicos e ao mesmo tempo disseminar o pânico.
- Se há uma mão controladora por trás dos ataques de julho, a nova fase provavelmente será marcada por uma tentativa determinada de executar ataques em outras cidades, que não Londres - disse Michael Clarke, que editou o relatório.
Ele afirmou que os agressores possivelmente escolherão lugares de grande concentração de pessoas e que tenham algum valor simbólico, mas não a infra-estrutura de transportes.
Segundo Clarke, os autores dos ataques ainda vão preferir usar explosivos, para obter o máximo efeito visual e psicológico.
- Plantar uma bomba, especialmente uma 'bomba suja', contaminada com elementos radiológicos ou químicos, ainda representa o principal objetivo da maioria dos terroristas 'jihadistas' - disse Clarke.
Se os ataques de julho não tiverem sido planejados no exterior, Londres ainda pode continuar sendo o maior alvo de agressores espontâneos que agem por imitação, mas até mesmo esses grupos vão se dar conta que há alvos mais fáceis fora da capital, disse ele.
No dia 7 de julho, homens-bomba mataram 52 pessoas em três composições do metrô e em um ônibus de dois andares em Londres. Ataques semelhantes, mas frustrados, aconteceram exatamente duas semanas depois.
O governo nega que as bombas estejam ligadas ao apoio britânico à guerra no Iraque, alegando que ataques semelhantes já haviam ocorrido antes, mas Clarke disse que o objetivo das explosões era atingir a opinião pública a respeito da atuação britânica no Iraque e no Afeganistão.
- Os terroristas querem que o público ache que os políticos o estão deixando vulneráveis, por não mudar a política em áreas fundamentais - disse ele. O relatório também destaca que os serviços de inteligência britânicos são deficientes na coleta de informações.
Peter Neumann, autor de um dos capítulos do documento, disse que o governo devia criar uma comissão pública de inquérito, semelhando à investigação americana sobre os ataques de 11 de setembro de 2001.
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