A ampla disseminação do H1N1, o vírus da gripe suína, por cerca de três milhões de pessoas que viajarão no mês que vem para Meca para a peregrinação do haj ameaça sobrecarregar os sistemas de saúde no mundo todo, disseram na quinta-feira especialistas na doença.

CARREGANDO :)

"Nenhuma região pode ser considerada livre de risco (de contágio)", disseram peritos árabes e norte-americanos, incluindo o vice-ministro da Arábia Saudita para medicina preventiva, em um estudo na revista Science.

A peregrinação, na última semana de novembro, propicia condições perfeitas para a disseminação do vírus H1N1, que é transmitido pelo contato físico.

Publicidade

"A densidade dos peregrinos, a natureza dos rituais e o contato próximo recomendado durante as orações propiciam uma atmosfera perfeita para a transmissão do H1N1", escreveram Shahul Ebrahim, do Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, e Ziad Memish, do Ministério da Saúde da Arábia Saudita.

Cerca de três milhões de peregrinos de mais de 160 países participam do haj na cidade sagrada de Meca, incluindo perto de dois milhões que vêm do exterior.

Memish e Ebrahim também disseram que depois do evento, na volta para casa, cerca de 45 mil peregrinos da Europa e mais de 15 mil da América do Norte vão passar por grandes aeroportos que centralizam muitas conexões de voos, o que aumenta ainda mais o risco de disseminação do vírus.

"A exportação do vírus H1N1 relacionada ao haj pode potencialmente iniciar ondas de surtos da gripe em todo o mundo e sobrecarregar os sistemas de saúde", alertaram.

Em uma entrevista, Ebrahim disse que estudos anteriores mostraram "pelo menos de 30 a 35 por cento de disseminação de infecções respiratórias" durante o haj. "Este ano, em razão dos elevados níveis de mortandade do H1N1, estamos tentando ficar alertas e preparados".

Publicidade

Autoridades do setor de saúde pararam de contar o número de pessoas que contraíram a gripe suína, mas dizem que muitos milhões provavelmente serão contagiados desde que ela começou a se espalhar, em março.

A gripe foi declarada uma pandemia em junho. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, até 17 de outubro foram informadas cerca de 5 mil mortes pelo H1N1 em vários países.

Ministros de saúde árabes concordaram em julho em tentar impedir pessoas acima de 65 anos e com menos de 12 anos de viajar para a Meca para o haj. Vários países muçulmanos orientaram os peregrinos a não ir este ano a Meca.

Memish disse que as autoridades estão aconselhando as gestantes e as pessoas com fatores de risco como diabetes, problemas cardíacos, de pulmão ou rins a não viajarem.

O terminal que recebe os peregrinos no aeroporto de Geada, bem como portos marítimos e outros aeroportos próximos, terão sensores termais para a checagem dos peregrinos e equipes médicas reforçadas.

Publicidade