O desastre ambiental na plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México, atrapalha a reprodução da espécie Thunnus thynnus, um atum típico da região atlântica. A informação foi divulgada pela agência espacial europeia (ESA, na sigla em inglês) nesta segunda-feira (18).
O satélite Envisat, da ESA, e outros aparelhos europeus geraram dados para a formação de mapas mostrando a forma, extensão e localização da mancha de óleo.
Considerando os habitats de criação de ovos de atum, cientistas do Ocean Foundation - uma organização não governamental para proteção de espécies e do meio ambiente marinho - descobriram que mais de 20% das crias, ao buscar alimentos como plânctons na superfície, acabaram morrendo por contaminação.
A espécie tem valor comercial alto e os exemplares podem chegar a ter o tamanho de um automóvel pequeno. Durante os últimos trinta anos, o estoque da população de atum no Atlântico baixou 82% devido à caça intensa. A redução no número de peixes faz com que a reprodução precise ocorrer com poucos distúrbios.
Os peixes chegaram no local entre janeiro e julho para se reproduzir. O auge na produção de crias ocorreu entre abril e maio, mesma época na qual 5 milhões de litros de petróleo começaram a ser derramados em águas mexicanas e norte-americanas em 2010. O poço da British Petroleum explodiu em 20 de abril.
A reprodução do Thunnus thynnus acontece em águas superficiais, com a fêmea largando ovos para serem ferlilizados pelos machos em seguida. A presença do óleo na água prejudica o ciclo, podendo ser nociva até mesmo para os adultos da espécie.
A ESA deve apresentar mais informações sobre o trabalho dos satélites na análise do desastre do Golfo durante a COP-10, realizada em Nagoya, no Japão, para debates sobre biodiversidade.