“Na França, padres são assassinados e igrejas são demolidas”, diz frase pichada no tapume colocado em frente ao edifício| Foto: Geoffoy Van Der Hasselt/AFP

Era a única igreja parisiense que aceitava animais nas missas e apesar de uma longa resistência, animada pelo s católicos tradicionalistas, a igreja de Santa Rita foi evacuada nesta quarta-feira (3) para ser demolida para um projeto imobiliário.

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Trinta pessoas que ocupavam o edifício neogótico, situado no oeste de Paris, foram retiradas “sem incidentes”, informou a polícia, que afirmou que a igreja não estava “consagrada nem dedicada ao culto”.

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Vários membros da oposição de direita, como o deputado Eric Ciotti, criticaram a dispersão de policiais e “o triste símbolo” que deixa a evacuação feita por “um poder socialista sem alma e sem referências”.

O prefeito do distrito, Phillippe Goujon, opositor da prefeitura de Paris, comandada pela socialista Anne Hidalgo, a qual é subordinado, disse estar indignado pelo fato de a evacuação ocorrer em um momento “em que toda a comunidade cristã está em duelo”, em referência ao assassinato de um padre da igreja de Saint Étienne du Rouvray (noroeste) por dois homens em nome do grupo extremista Estado Islâmico (EI).

A entidade proprietária do edifício, a Associação de Capelas Católicas e Apostólicas (não vinculada à Igreja católica) decidiu por sua demolição para ocupar o terreno para um projeto imobiliário.

Pessoas retiram pertences de igreja que será demolida 

Os ofícios religiosos abertos a mascotes, que incluíam a festa anual para abençoar cachorros, gatos, pássaros e outros animais, se celebravam, segundo o rito galicano, não reconhecido pelo Vaticano.

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O abade Guillaume de Tanouärn, uma figura do catolicismo tradicionalista francês, foi quem organizou a resistência dos fiéis.

“Estou escandalizada, triste e enojada por esse tipo de coisa que acontece na França. Foi aterrorizante a dispersão policial contra uma ocupação pacífica. E, ainda por cima, em plena missa”, lamentou-se uma mulher de 27 anos que compareceu para apoiar os ocupantes.

No entanto, o porta-voz do governo, Stépane Le Foll, explicou que a igreja não estava inscrita no “Patrimônio Histórico” e é a associação a própria responsável.

“A regra e a lei” se aplicam para “todo mundo da mesma forma”, destacou o funcionário, efetuando um chamado para apaziguar os ânimos, mais que atiçar as tensões.