Rodovia é destruída com o terremoto que atingiu o Chile| Foto: Reuters

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"Foi horrível. Espero não sentir nunca mais isso", assim definiu o curitibano Fabio Piloni, 25 anos, a sensação que teve durante o terremoto de 8,8 graus de magnitude que atingiu a região central do Chile na madrugada deste sábado (27). Ele mora no bairro Providência de Santiago há dois anos. O tremor sacudiu a capital chilena por um minuto e meio e desencadeou um alerta de tsunami no Pacífico.

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"Imagine uma pessoa numa cadeira de rodinhas indo para o lado. Minha geladeira foi parar no meio da cozinha", contou.

Ele e a namorada moram no sétimo andar de um prédio residencial. Com os tremores, as paredes do prédio chegaram a rachar. Apesar do susto, ninguém ficou ferido no local.

Piloni, que trabalha em uma empresa de telecomunicações, contou ainda que a 20 quilômetros de onde ele mora caíram edifícios por causa do terremoto. "Não dormimos a noite inteira. Nós fechávamos o olho e começava a tremer de novo. Desde as 3h34 (horário do terremoto) aconteceram várias réplicas com novos tremores", disse.

Piloni morava no bairro Uberaba em Curitiba e durante a manhã deste sábado conseguiu falar com os pais. "Minha mãe já sabia do terremoto e meu pai ficou sabendo quando contei. A nossa Internet só foi normalizada por volta das 11 horas da manhã. Agora já foram normalizadas as comunicações no país", contou.

O curitibano disse que já tinha sentido outros tremores no Chile, mas nenhum tão violento quanto o da madrugada deste sábado. Mesmo assim, ele contou que irá continuar trabalhando no Chile. "Quando isso tem acontecer, vai acontecer em qualquer lugar", definiu.

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"Péssimo sinal"

O bioquímico e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) Sergio Surugi de Siqueira viveu quatro anos e meio em Santiago. Ele contou que pequenos tremores são normais no Chile e as pessoas já estão acostumadas. "O que impressiona muito é que os móveis batem dentro de casa e as esquadrias das janelas tremem. Depois você vai se acostumando com esses pequenos tremores, que duram cerca de 20 a 25 segundos", afirmou Siqueira, que viveu de 2001 a 2005 no Chile, quando fez doutorado na PUC de Santiago.

"Estive lá em janeiro e me disseram que há três anos não havia tido nenhum tremor no país. Meus amigos chilenos me falaram que isso era um péssimo sinal, pois quando acontecesse seria forte", definiu. Siqueira irá ao país daqui a um mês para fazer um congresso.