A assinatura dele adorna edifícios por toda Venezuela, seus olhos estampam milhares de camisetas e bonés e existe até um tipo de letra para perpetuar sua caligrafia.
Agora o legado de Hugo Chávez, o carismático líder socialista venezuelano que morreu de câncer no ano passado, migrou para os palcos na forma de uma balé em sua homenagem.
A obra com patrocínio estatal, "Balé do Vendedor de Aranhas a Libertador", será exibida em um teatro da capital Caracas no sábado para celebrar a vida de Chávez de garoto pobre que vendia doces em forma de aranha em sua cidade rural a presidente durante 14 anos.
"A obra apresenta sua história desde a infância descalça e digna à sua transformação no guia das lutas do povo venezuelano", declara a publicidade antecipada.
Imensamente popular entre os pobres durante seu governo, entre 1999 e 2013, Chávez se tornou uma figura ainda mais cultuada após a morte.
Os oposicionistas reviram os olhos diante de tal endeusamento e de sua imagem ainda onipresente na vida pública, que veem como um disfarce para os fracassos de seu sucessor, Nicolás Maduro, eleito no ano passado como herdeiro de Chávez.
Os ingressos para a apresentação de sábado custam entre 16 e 44 dólares no câmbio oficial, ou entre 0,80 e 2,30 dólares no mercado negro da moeda norte-americana.
"A obra épica de balé contemporâneo tem mais de 40 artistas, música original, circo, teatro e vídeo arte", diz a propaganda do espetáculo.
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