A agência de espionagem britânica, conhecida pela sigla GCHQ, interceptou secretamente cabos de fibra ótica, coletando informações de ligações telefônicas, e-mails e tráfego de internet, que eram compartilhadas com a Agência de Segurança Nacional (NSA), órgão semelhante nos Estados Unidos. A informação faz parte de documentos enviados ao jornal britânico "The Guardian" por Edward Snowden, o ex-técnico da CIA que revelou um amplo programa de vigilância americana.
A principal novidade nas novas informações passadas por Snowden é a capacidade de a GCHQ armazenar e analisar grandes volumes de dados extraídos dos cabos de fibra ótica. A operação, chamada Tempora, está em funcionamento há 18 meses, e a escala de seu alcance é indicada pelos nomes de seus principais programas: Mastering the Internet (controlando a internet) e Global Telecoms Exploitation (exploração de telecomunicações globais).
"Não é um problema apenas dos Estados Unidos. Eles (GCHQ) são piores do que os EUA", disse Snowden ao "Guardian". Em maio do ano passado, a agência britânica tinha cerca de 300 analistas envolvidos nas operações, enquanto a americana tinha 250.
Os documentos indicam que no ano passado a GCHQ manejava 600 milhões de "eventos telefônicos" por dia, havia interceptado mais de 200 cabos de fibra ótica e que era capaz de processar dados de pelo menos 46 deles de cada vez.
Cada cabo conduz 10 gigabites de informação por segundo - o que dá uma ideia da capacidade de processar dados da agência britânica. Uma fonte ouvida pelo "Guardian" afirma que a coleta de informações está amparada por lei e que ajudou a evitar ataques terroristas.