A esposa do ator americano George Clooney, a advogada anglo-libanesa Amal Clooney, informou nesta segunda-feira (20) que foi uma das especialistas de um painel que recomendou ao procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, para que pedisse mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e contra o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, além de lideranças do grupo terrorista Hamas, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
Em carta divulgada no site da Fundação Clooney por Justiça, Amal afirmou que “há mais de quatro meses” foi procurada pela promotoria do TPI para avaliar evidências de supostos crimes cometidos por Israel e pelo grupo terrorista Hamas, que travam uma guerra na Faixa de Gaza.
“Determinamos por unanimidade que o tribunal tem jurisdição sobre crimes cometidos na Palestina e por cidadãos palestinos [Israel não é signatário do Estatuto de Roma, e contesta a adesão da Palestina ao TPI porque não seria um Estado de fato]. Concluímos por unanimidade que existem motivos razoáveis para acreditar que os líderes do Hamas Yahya Sinwar, Mohammed Deif e Ismail Haniyeh cometeram crimes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo tomada de reféns, assassinato e crimes de violência sexual. Concluímos por unanimidade que existem motivos razoáveis para acreditar que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, cometeram crimes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo a fome como método de guerra, assassinato, perseguição e extermínio”, escreveu Amal.
“Servi neste painel porque acredito no Estado de direito e na necessidade de proteger vidas de civis. [...] Por isso, apoio o passo histórico que o procurador do Tribunal Penal Internacional deu para fazer justiça às vítimas das atrocidades em Israel e na Palestina”, acrescentou a advogada.
A Fundação Clooney por Justiça apresentou no ano passado, junto com o Fórum Argentino para a Defesa da Democracia, denúncia contra a ditadura da Venezuela na Justiça Federal argentina por violações de direitos humanos e crimes contra a humanidade. Um juiz arquivou o caso e o encaminhou para o TPI, mas a Justiça argentina determinou em abril a reabertura da investigação.
Netanyahu classificou o anúncio de Khan como “antissemitismo” e disse que Israel seguirá empenhado em alcançar a “vitória total” na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza.
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