MÉXICO - Em em um novo capítulo na crise diplomática aberta por declarações polêmicas do líder da Venezuela, o governo mexicano reiterou nesta segunda-feira que espera um pedido de desculpas formais de Caracas, depois dos "insultos" do presidente Hugo Chávez ao colega mexicano Vicente Fox. Caso contrário, o México ameaça retirar seu embaixador na Venezuela e pedira a saída do representante venezuelano no território mexicano.
O porta-voz da Presidência do México, Rubén Aguillar, disse nesta segunda-feira que seu governo deu um prazo para o pedido de desculpas de Caracas depois que Chávez, aconselhou neste domingo seu colega do México, Vicente Fox, a "não se meter" com ele em um novo capítulo da controvérsia entre ambos.
Aguilar indicou que o pedido de desculpas de Caracas deve ser feita até antes da meia-noite desta terça-feira, horário daa capital mexicana (4h de Brasília).
A crise diplomática começou depois que Chávez chamou Fox de "filhote do império" e "entreguista aos EUA", na polêmica entre ambos pela criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).A Alca é uma iniciativa impulsionada pelos EUA e apoiada pelo México e outros 27 países, embora seja rejeitada por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Aguilar disse que o México espera uma "desculpa" diante de uma "falta de razão" e dos "insultos" de Chávez "contra o povo mexicano e a institucionalidade" do país.
- Caso não seja apresentada esta desculpa, o governo do México irá a pedir a retirada imediata do embaixador da Venezuela e a chamar o embaixador do México nesse país, reduzindo o nível das relações aos encarregados de negócios - afirmou o porta-voz de Fox, após reiterar o ponto de vista da chancelaria mexicana.
O porta-voz de Fox se declarou "surpresoo" pelas declarações de domingo de Chávez, levando em conta que os chanceleres do México, Luis Ernesto Derbez, e da Venezuela, Alí Rodríguez, tinham indicado no sábado, em comunicado conjunto, que a situação tendia à normalidade e que o diálogo entre eles fluía.
O ministro venezuelano de Integração e de Comércio Exterior, Gustavo Márquez, disse nesta segunda-feira que no México há "setores" que promovem uma "campanha anti-venezuelana" e que buscam a ruptura de relações diplomáticas entre esse país e Venezuela.
Entre que estariam à frente dessa campanha, Márquez identificou o ex-ministro mexicano de Relações Exteriores Jorge Castañeda, embora Márquez tenha dito ter "esperanças" que a crise bilateral atual não se agrave por uma disputa verbal entre os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e seu colega mexicano, Vicente Fox.
- Acima de tudo, estão as relações entre povos mexicano e venezuelano, identificados historicamente como irmãos" e "o desentendimento deve dar-se por terminado - disse Márquez em declarações ao canal estatal de televisão VTV de seu país.
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