RAMADI, Iraque - Do lado de fora de uma auditório de Ramadi, no Triângulo Sunita, no Iraque, o som dos morteiros é ouvido com freqüência. Dentro, fechados em um debate sobre o que levaria as tropas americanas a se retirarem do país árabe, fuzileiros camuflados e sunitas mantêm a firmeza e não demostram medo, como registrou o jornal "Washington Post", na edição desta quarta-feira.

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"Todos nós queremos a retirada", disse Nasir Abdul Karim, líder da tribo Albu Rahad, da província de Anbar, para grande número de militares americanos armados, xeques sunitas, líderes religiosos e outras figuras importantes reunidas em um encontro na última segunda-feira em Ramadi, a cerca de 90 quilômetros de Bagdá. "Todos nós acreditamos que é uma ocupação ilegítima e que a resistência é legítima", acrescentou Karim.

"Estamos comprometidos com a retirada", respondeu o general de brigada James L. Williams, da 2ª Divisão de Fuzileiros Navais, acrescantando que o recuo será realizado "tão logo tenhamos unidades fortes" no Exército iraquiano para substituírem as forças americanas. "Eu entendo a resistência", acrescentou o oficial, esclarecendo mais tarde que se referia à oposição pacífica à presença dos EUA no Iraque. "Mas vocês precisam entender que somos militares. Pessoas que abrem fogo receberão tiros de volta", disse Williams.

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O debate sobre a possível retirada americana tem se intensificado no Iraque, principalmente em regiões de maioria sunita, como Ramadi e Falluja. Nesta quarta-feira, o presidente dos EUA, George W. Bush, vai fazer um discurso em que deverá abordar a questão.

Segundo a Casa Branca, Bush falará na Academia Naval de Annapolis, Maryland, no primeiro de uma série de discursos sobre a situação no Iraque, que realiza eleições em 15 de dezembro.

Bush repetidamente diz que as forças americanas sairão do Iraque quando o contingente local estiver preparado para dar segurança ao país. Mas o presidente enfrenta apelos por uma retirada imediata e uma baixa confiança do público a respeito da estratégia adotada.

Mais de 2.100 militares americanos morreram e quase 16 mil outros ficaram feridos desde o início da ocupação, em março de 2003.

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