A retórica antiamericana da campanha presidencial sumiu das declarações do novo governo boliviano, mas sua antiga ambição continuava firme e forte: um novo movimento de esquerda, o "evismo", como parte do "eixo do bem", formado agora por Bolívia, Venezuela e Cuba.
O nome "evismo" é alusão a Evo Morales, um aimara que se tornou o primeiro indígena a governar a Bolívia. Durante a campanha, Morales dizia que seria um pesadelo para os Estados Unidos a união do "evismo" ao "fidelismo" (do cubano Fidel Castro) e ao "chavismo" (do venezuelano Hugo Chávez).
A expressão "eixo do bem" surgiu em uma reunião do trio esquerdista latino-americano, ainda antes da posse de Morales. Era um contraponto irônico ao "eixo do mal", citado pelo presidente dos EUA, George W. Bush, há quatro anos, quando se referia ao conjunto de inimigos formado por Irã, Coréia do Norte e Iraque, então sob o regime de Saddam Hussein.