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Países da zona do euro debatem suspensão do pacote de resgate
Um grupo de funcionários das equipes econômicas dos 17 países da zona do euro discutiu ontem a suspensão do repasse de recursos da Comissão Europeia para a Grécia devido à falta de acordo político após as eleições do Parlamento, no último domingo. A informação foi revelada por funcionários do chamado Eurogrupo ouvidos pelo jornal The Wall Street Journal e pela emissora de televisão CNN.
De acordo com a publicação impressa, o valor que seria bloqueado é de 5,2 bilhões de euros, uma das parcelas do segundo resgate ao país, aprovado em fevereiro. O pagamento está programado para hoje, mas pode mudar após a reunião.
A suspensão se deve à vitória de grupos partidários contrários ao acordo financeiro assinado pelo governo de Lucas Papademos, que podem formar uma força importante contrária ao resgate e um novo governo no Parlamento.
Os recursos serão para pagar a dívida de 3,3 bilhões de euros da Grécia ao Banco Central Europeu na próxima semana, mas Alemanha, Finlândia e outros países da União Europeia estão preocupados em liberar o valor para os gregos pelo risco de renegociação do resgate.
Sem os recursos, o governo grego não tem condições de cumprir seus compromissos a partir de amanhã.
O líder esquerdista Alexis Tsipras desistiu ontem de tentar compor um novo governo para a Grécia, ampliando a possibilidade de que o país tenha novas eleições dentro de algumas semanas. Nenhum partido conseguiu maioria no pleito de domingo passado, que apontou uma forte rejeição popular ao plano de austeridade imposto pela União Europeia para financiar a dívida do país.
Os tradicionais partidos Nova Democracia (conservador) e Pasok (socialista) foram os maiores derrotados pela insatisfação dos gregos contra as propostas de cortes de gastos e de benefícios sociais. O impasse pós-eleitoral mergulhou o país em uma grave crise política.
Tsipras, líder da Coalizão Esquerda Radical, havia sido encarregado de tentar formar um governo depois que o Nova Democracia, partido mais votado no domingo, admitiu não ter como formar maioria.
Mas o Nova Democracia e o Pasok rejeitaram participar da coalizão esquerdista, pois a pré-condição para isso seria renegar o pacote internacional.
A tarefa de tentar formar o governo será agora delegada ao líder do Pasok, Evangelos Venizelos. Caso ele também fracasse, uma nova eleição deve ser convocada para dentro de três a quatro semanas.
"Nossa proposta desfrutava de apoio amplo na sociedade, mas fraco no Parlamento. Não seremos capazes de realizar nosso sonho de um governo de esquerda", disse Tsipras à sua bancada, a segunda maior no Parlamento eleito domingo.
Antonis Samaras, líder da Nova Democracia, disse que rejeitou um acordo com Tsipras porque "ele queria a saída da Grécia do euro e a falência do país". "Isso é algo que não farei", acrescentou ele, após reunião com o líder esquerdista.
Venizelos afirmou que tentará conciliar as forças políticas, mas não parece haver margem para um acordo entre os grupos pró e contra o pacote de resgate financeiro. "Devemos formar um governo e dar ao país uma perspectiva de futuro, esperança e segurança", afirmou o dirigente socialista, que deve receber na quinta-feira um prazo de três dias para formar uma coalizão.
O Nova Democracia e o Pasok se alternam há décadas no poder na Grécia, e juntos negociaram o pacote de fevereiro que resultou na entrega de 130 bilhões de euros ao país. No domingo, eles receberam menos de um terço dos votos.
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