Centenas de esquerdistas, reclamando de fraude nas eleições presidenciais do México, estenderam o protesto para fora da capital neste sábado, ocupando as principais rodovias para impedir o governo de recolher pedágio.
- Nós intensificamos a campanha. Será espalhada pelo país porque é um problema nacional - disse Gerardo Fernandez, um interlocutor da organização de esquerda Partido da Revolução Democrática.
Ativistas abriram as barreiras nas principais rodovias que servem as maiores cidades mexicanas - Cidade do México, Guadalajara e Monterrey. O protesto também atingiu as rodovias para os balneários no Pacífico de Acapulco e Nuevo Laredo, na fronteira com os Estados Unidos.
O candidato de esquerda Andrés Manuel Lopez Obrador perdeu com pequena margem de votos na eleição presidencial de 2 de julho, mas afirma que foi roubado, com uma fraude, e exige a recontagem dos 41 milhões de votos.
Autoridades eleitorais estão promovendo uma recontagem parcial de apenas 9 por cento dos locais de votação.
Lopez Obrador diz que a recontagem parcial mostra que mais de 100 mil votos foram computados erroneamente na contagem inicial. Ele diz que o tribunal eleitoral não tem outra alternativa a não ser anular o resultado de milhares de locais de votação e declará-lo vencedor.
- O que acontecerá se o tribunal aplicar a lei e anular os locais de votação com irregularidades graves? Bem, o resultado será diferente - disse Lopez a milhares de partidários na praça Zocalo, na Cidade do México, nesta sexta-feira à noite.
O candidato conservador Felipe Calderón venceu por cerca de 244 mil votos ou 0,58 ponto percentual, e seu partido no governo afirma que a recontagem mostra apenas pequenas mudanças nos resultados. Calderón diz que eles provam que a votação foi limpa e que espera ser confirmado como o presidente eleito.
Os partidários de Lopez Obrador ocupam o centro da Cidade do México há duas semanas. Ele, que promete acabar com duas décadas de reformas liberais e ajudar os pobres com programas sociais e gastos em infra-estrutura, tem um longo histórico de liderança de protestos.
A recontagem parcial será finalizada no domingo. O tribunal eleitoral deverá decidir se alguns resultados serão anulados e se mais milhares de urnas serão reabertas.
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