O líder radical de esquerda da Grécia, Alexis Tsipras, deu início aos esforços para formar um novo governo nesta terça-feira (8) ao renunciar aos termos de uma ajuda internacional e ameaçar nacionalizar os bancos, em uma declaração que deve reduzir suas chances de sucesso.

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Líder do partido Coalizão da Esquerda, Tsipras, de 37 anos, recebeu um mandato do presidente depois de uma eleição em que os gregos mostraram sua raiva contra as duras medidas de austeridade, abandonando os principais partidos que negociaram uma ajuda da União Europeia e do FMI.

Sua postura intransigente pode diminuir as chances já baixas de formar uma coalizão, assustando os antigos partidos dominantes - o Nova Democracia e o socialista Pasok -, enquanto deixa os investidores mais nervosos.

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"O veredicto popular claramente torna o acordo de resgate inválido", disse o mais jovem líder político da Grécia a repórteres. Um membro do seu partido contou que Tsipras exigiu que os dois partidos que estavam no poder retirassem as promessas feitas em troca do resgate como condição para se juntarem ao seu governo.

Uma aliança de coalizão com estes dois partidos parecia ser a única maneira com a qual Tsipras poderia formar um governo. Mas eles não devem aceitar a condição, tornando mais provável que haja novas eleições em algumas semanas.

Tsipras recebeu a chance de formar o primeiro governo de esquerda na história moderna do país depois que o Nova Democracia, que terminou em primeiro lugar na eleição, considerou a tarefa impossível depois de apenas algumas horas na segunda-feira.

A incerteza após a eleição de domingo causou medo generalizado sobre o futuro.

"Estou confuso. Eu me sinto entorpecido e confuso. Só Deus pode nos salvar agora", disse Panagiota Makri, 80 anos, fazendo o sinal da cruz e orando em uma rua de Atenas.

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Tsipras recebeu um mandato de três dias do presidente Karolos Papoulias nesta terça e assessores disseram que ele iria usar o tempo para se reunir com uma ampla gama de grupos sociais, bem como outros partidos.

O líder conta apenas com 71 assentos disponíveis no parlamento de 300 para formar qualquer aliança de esquerda. Os Comunistas já se recusaram a participar.

A única opção com uma pequena chance de sucesso seria o partido Pasok participar de uma coalizão com Tsipras. Se o Nova Democracia ficar fora do parlamento durante um voto de confiança, ao invés de se opor a ele, Tsipras pode obter maioria.

Se Tsipras falhar, o presidente vai dar um mandato para o líder do Pasok, Evangelos Venizelos, cujo partido foi o maior perdedor na eleição. Se ele, por sua vez, for incapaz de formar um governo, os gregos irão às urnas novamente em três a quatro semanas. "O país está se dirigindo em alta velocidade para a catástrofe", disse o jornal Kathimerini.