O presidente grego vai pedir aos políticos do país nesta terça-feira que deixam um governo tecnocrata liderar o país para tentar escapar da falência, mas membros da esquerda rejeitaram a proposta e uma eleição, que eles devem vencer, é praticamente certa nas próximas semanas.
Líderes partidários, que estão travados em lados opostos desde uma eleição parlamentar nove dias atrás, vão se reunir no palácio presidencial nesta manhã, mas disseram ter poucas esperanças de que a proposta do presidente Karolos Papoulias resolva a crise política, que gerou especulações nos últimos dias sobre a saída da Grécia na zona do euro.
A Grécia está no limbo político desde a inconlusiva eleição de 6 de maio. O Parlamento está dividido entre os partidos que apoiam e os que são contra a ajuda da UE e do FMI, que salvou o país da falência mas que exigiu cortes de salários e aumentos de impostos em contrapartida, aprofundando a recessão.
Se os dois lados não conseguirem chegar a um acordo para formar um governo, Papoulias vai convocar novas eleições para junho, quando Atenas precisará cortar 111 bilhões de euros extras para cumprir as metas de austeridade do plano de resgate.
O principal partido de oposição ao resgate - o radical de esquerda Syriza, que lidera as pesquisas de intenção de voto - disse que considera o plano do presidente de criar um governo sem partido, formado por especialistas, apenas um disfarce para impor as medidas de austeridade cobradas por UE e FMI, mas rejeitada pelos eleitores.
"Vamos comparecer à reunião, mas manteremos a nossa posição. Não queremos consentir com nenhum tipo de política de resgate, mesmo se elas forem implantadas por personalidades não-políticas", disse o porta-voz do Syriza, Panos Skourletis.
O prospecto de que um futuro governo grego vá abandonar as promessas feitas em troca da ajuda internacional derrubaram as ações europeias e colocaram os rendimentos dos bônus italianos e espanhóis em alta na segunda-feira.
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