A esquerda mexicana se mobilizou este domingo (29) para informar aos eleitores de 142 localidades do país sobre a impugnação das eleições presidenciais de 1º de julho e juntar novas provas de suas acusações sobre compra de votos contra o partido vencedor, o PRI.
"Estas assembleias têm o propósito de informar todos os cidadãos sobre o que estamos fazendo para que o Tribunal Eleitoral invalide as eleições presidenciais", afirmou o candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador, que ficou em segundo lugar no pleito, em discurso em Ciudad Nezahualcóyotl, na região metropolitana da capital.
López Obrador, que obteve 3,3 milhões de votos a menos do que o candidato vitorioso, do Partido Revolucionário Institucional (PRI, que governou o México por mais de 70 anos até 2000), Enrique Peña Nieto, pediu ao Tribunal Eleitoral que anule as eleições.
Entre outros aspectos, denunciou a compra maciça de votos e a superação do limite de gastos de campanha por parte de seu concorrente, assim como a parcialidade dos meios de comunicação e a manipulação das pesquisas.
Nas assembleias instaladas na praças do país foram distribuídos folhetos, exibidos vídeos e apresentados depoimentos em primeira mão explicando como o PRI supostamente comprou milhões de votos.
Além disso, os cidadãos foram convidados a apresentar mais provas sobre a captação ilegal de votos.
López Obrador anunciou que, além da nova rodada informativa que será celebrada em 5 de agosto nas capitais dos 31 estados do país e na capital, no dia 12 do mesmo mês haverá uma nova convocação no Zócalo (praça central) da capital para exibir todas as provas da suposta compra de votos, o que denominou de "Expofraude".
"Eles têm dinheiro para comprar votos, mas não têm o apoio das pessoas. E assim não se pode governar (...). Se ficarmos de braços cruzados, se consumaria a fraude eleitoral, a imposição e os mexicanos não poderiam esperar nada de bom" disso, afirmou o político em Nezahualcóyotl.
Em um folheto de 50 páginas que a esquerda começou a distribuir na sexta-feira passada foram detalhados, estado por estado, as formas pelas quais, de acordo com a denúncia de López Obrador, ocorreu a compra de votos.
As modalidades denunciadas vão de entrega direta de dinheiro (em alguns casos, escondido em alimentos) à distribuição de material de construção, provisões ou cartões pré-pagos para despesas em uma rede popular de supermercads bem como de créditos para telefones celulares, só habilitados em caso de vitória do PRI.
O Tribunal Eleitoral tem até 6 de setembro para decidir a validade das eleições.
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