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Mariano Rajoy e sua esposa, Elvira Fernandez: busca por um governo estável para a Espanha. | Marcelo Del Pozo/ Reuters
Mariano Rajoy e sua esposa, Elvira Fernandez: busca por um governo estável para a Espanha.| Foto: Marcelo Del Pozo/ Reuters

Os dois grandes partidos de esquerda na Espanha, o socialista PSOE e a formação antiausteridade Podemos, anunciaram nesta segunda-feira (21) que votarão “Não” a um Executivo liderado pelo conservador Mariano Rajoy, um dia depois das eleições legislativas que resultaram em um Parlamento muito fragmentado.

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A habitual estabilidade do sistema político espanhol, baseada desde 1982 na alternância de poder entre o Partido Popular (PP), de Rajoy, e o Partido Socialista (PSOE), ficou abalada com a entrada em cena de dois novos partidos, o antiausteridade Podemos e o centrista ‘Ciudadanos’.

“Vou tentar formar o governo e acredito que a Espanha precisa de um governo estável”, afirmou no domingo à noite Rajoy para seus militantes, desencantados com a perda de 63 cadeiras no Parlamento e o fim da cômoda maioria absoluta que o PP desfrutava desde 2011.

“O PSOE vai votar ‘Não’ ao PP e a Rajoy”, afirmou o porta-voz socialista, César Luena, cujo partido obteve 90 cadeiras no Parlamento.

“Nem de maneira ativa, nem de maneira passiva, o Podemos vai permitir o governo do Partido Popular, não com os votos a favor, nem com abstenções”, disse o líder do Podemos, Pablo Iglesias, que surpreendeu ao conquistar 69 cadeiras em um Parlamento de 350.

O Partido Popular permaneceu como o mais forte do país, com 123 deputados, longe dos 176 necessários para a maioria absoluta. O PSOE sofreu ainda mais, com 1,6 milhão de votos a menos (5,5 milhões) e 90 cadeiras no Parlamento.

Os socialistas viram a grande aproximação do Podemos, que recebeu 5,2 milhões de votos e conseguiu a eleição de 69 deputados, menos de dois anos depois de sua criação.

O possível aliado do PP, o partido ‘Ciudadanos’, ficou em quarto lugar, mas com apenas 40 deputados, o que impede um governo de coalizão centro-direita.

“Será necessário conversar muito, dialogar mais, chegar a entendimentos e acordos”, reconheceu Rajoy.

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