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Impasse político

Esquerda quer eleição presidencial antecipada na França após premiê de Macron ser destituído

Marine Le Pen, líder do RN, durante a votação da moção de desconfiança contra o primeiro-ministro Michel Barnier, nesta quarta-feira (4) (Foto: EFE/EPA/YOAN VALAT)

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A coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) e o partido de direita nacionalista Reagrupamento Nacional (RN), responsáveis pela maioria dos 331 votos na Assembleia Nacional da França que destituíram nesta quarta-feira (4) o primeiro-ministro do país, Michel Barnier, repercutiram o resultado após a votação.

Enquanto a esquerda pediu que sejam realizadas eleições presidenciais antecipadas (a princípio, a votação para escolher um substituto para Emmanuel Macron está marcada para 2027), o RN não se pronunciou nesse sentido, mas pediu “respeito” ao partido.

“Com a moção de desconfiança [aprovada na Assembleia Nacional], todas as políticas de Emmanuel Macron foram derrotadas e exigimos que ele saia”, disse a deputada esquerdista Mathilde Panot, que pediu eleições presidenciais antecipadas, segundo informações da agência Reuters.

Já Marine Le Pen, líder do RN, foi mais cautelosa. “Não estou pedindo a renúncia de Macron, mas a pressão está aumentando, ele sozinho tem a última palavra”, afirmou.

Le Pen disse que o RN tem algumas exigências para apoiar o próximo primeiro-ministro, incluindo “respeito” a seus eleitores, e afirmou que o partido contribuirá na elaboração de um orçamento.

As propostas orçamentárias de Barnier, que estava no cargo há apenas três meses, acabaram custando o cargo ao premiê, já que uma moção de desconfiança contra ele foi apresentada após ele ter utilizado um artigo da Constituição francesa para aprovar uma lei com seu plano de financiamento da previdência social em 2025 sem votação no Parlamento.

O premiê recorreu à medida porque a proposta não teve votos para passar na Assembleia Nacional. A votação desta quarta-feira representou a primeira vez desde 1962 que uma moção de desconfiança contra um primeiro-ministro foi aprovada no Parlamento da França.

Macron fará um pronunciamento na quinta-feira (5) sobre o resultado da votação. No X, o ministro da Economia, Finanças e Indústria de Barnier, Antoine Armand, criticou a aprovação da moção de desconfiança.

“Hoje, num ato oposto ao patriotismo, o RN e a NFP uniram as suas vozes para desestabilizar o país”, disparou.

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