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O populista de esquerda Robert Fico foi nomeado nesta quarta-feira (25) como primeiro-ministro da Eslováquia. Ele prometeu durante a campanha para as eleições parlamentares no país, realizadas no final de setembro, que cortaria a ajuda militar à Ucrânia na guerra contra a Rússia caso se tornasse premiê.
“Em vez de enviar armas para Kiev, a União Europeia e os Estados Unidos deveriam usar a sua influência para forçar a Rússia e a Ucrânia a chegarem a um compromisso de paz”, disse o esquerdista.
Nesta quarta-feira, a presidente eslovaca, Zuzana Caputová, nomeou Fico depois que o partido dele, o Smer, o mais votado nas eleições parlamentares da Eslováquia, conseguiu formar uma coalizão com outras duas legendas, o HLAS, de centro-esquerda, e o nacionalista SNS.
No começo de outubro, Caputová, apesar de ser forte defensora do apoio militar à Ucrânia contra a invasão russa, cortou o envio de mais armas ao país, uma vez que Fico e seus à época ainda potenciais parceiros governamentais são contrários a essa política.
A ajuda militar da Eslováquia, integrante da OTAN, à Ucrânia foi uma das cinco maiores da Europa em termos de proporção do Produto Interno Bruto (aproximadamente 0,6%).
Pró-Rússia, Fico já foi primeiro-ministro da Eslováquia entre 2006 e 2010 e entre 2012 e 2018. Ele renunciou ao seu último mandato após o assassinato do jornalista investigativo Ján Kuciak, que apurava casos de corrupção e a atuação da máfia italiana 'Ndrangheta na Eslováquia: Mária Trosková, assessora de Fico, teria ligações com o grupo criminoso.
“A guerra na Ucrânia não começou no ano passado, começou em 2014, quando nazistas e fascistas ucranianos começaram a assassinar cidadãos russos no Donbass e em Lugansk”, disse Fico em agosto. “Precisamos dizer ao mundo inteiro: a liberdade veio do leste, a guerra sempre vem do Ocidente.”