Após controvérsia, o estado de Minnesota, nos Estados Unidos, decidiu remover o critério "raça" como um fator a ser considerado na distribuição de um escasso tratamento contra a Covid-19.
A orientação usada no estado para a distribuição de anticorpos monoclonais foi atualizada e agora imunossuprimidos e mulheres grávidas terão prioridade para receber o medicamento enquanto os estoques estão baixos. As autoridades desistiram de usar um sistema de pontuação que levaria em consideração a raça do paciente, de acordo com o jornal Star Tribune.
Os estados americanos começaram a fazer planos para a distribuição do tratamento, que consiste em uma infusão de anticorpos sintéticos, quando o medicamento se tornou escasso, após a interrupção do fornecimento de duas das três versões disponíveis, que não se mostraram eficazes contra a variante ômicron do coronavírus.
A Fox News noticiou na semana passada que os estados de Minnesota e Utah enfrentavam potenciais processos legais depois que os seus governos emitiram orientações que usavam raça e etnia como fatores na priorização do tratamento.
A fundação America First Legal escreveu cartas alegando que os estados estariam violando a legislação federal por meio de "flagrante discriminação".
O estado de Utah publicou um sistema de pontuação para determinar o risco de pacientes e a elegibilidade aos tratamentos. O fator "raça não branca ou etnia hispânica ou latina" recebia dois pontos na avaliação, enquanto outros fatores de "comorbidade de alto risco" recebiam um ponto. Comorbidades "do mais alto risco", como diabetes, obesidade e imunodeficiência, também recebiam dois pontos, de acordo com a Fox News.
O estado de Minnesota publicou um documento citando orientações da agência federal regulatória de medicamentos dos EUA, o FDA, que diziam que raça e etnia eram fatores relevantes.
A mudança de política do estado do Minnesota ocorreu no mesmo dia em que o grupo America First Legal ameaçou processar os dois estados, argumentando que as políticas eram injustas.
O sistema de pontuação foi elaborado em dezembro em Minnesota, com base em um estudo que indicou que minorias raciais possuem maior risco para desfechos negativos da infecção por coronavírus mesmo após a exclusão de fatores como idade e condições de saúde. Um relatório semanal divulgado pelo governo do estado na semana passada informou que os negros representam 11% das hospitalizações no estado, embora sejam 6% da população, noticiou o Star Tribune.
O grupo America First Legal argumentou em sua carta às autoridades de saúde do estado que "a cor da pele não é uma condição médica equivalente a hipertensão, doença cardíaca ou obesidade, que são conhecidos fatores que agravam o risco de morte ou de doença grave entre os infectados com Covid-19".
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