La Paz A estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) já está começando a tomar o controle do negócio de petróleo e gás da Bolívia, de acordo com os termos do decreto de nacionalização anunciado segunda-feira pelo governo de Evo Morales. A empresa, que nos últimos anos teve uma atividade reduzida, é agora a ponta de lança para o processo de nacionalização do governo e deve assumir a liderança na indústria de petróleo e gás do país, que hoje está nas mãos de cerca de 20 multinacionais instaladas no país. Desde o pronunciamento de Morales sobre a nacionalização dos recursos naturais, quando foi anunciado o prazo de seis meses para as empresas estrangeiras assinarem novos contratos de exploração, a YPFB vem fiscalizando e fazendo auditoria no setor. No entanto, terá de esperar o vencimento deste prazo para tomar o controle de forma definitiva. O decreto determina que o Estado assumirá o controle acionário de cinco empresas, duas privadas e três capitalizadas.
As companhias privadas (Petrobrás Bolivia Refinación e a Compañía Logística de Hidrocarburos de Bolivia) serão obrigadas a vender ao Estado pelo menos 50% mais uma das ações. No caso das capitalizadas (Andina, Chaco e Transredes), o Estado vai expropriar as ações dos bolivianos e obrigar a venda de ações dos sócios estrangeiros, para que o sócio majoritário também seja o Estado. Segundo o presidente da YPFB, Jorge Alvarado, o primeiro passo neste processo será a nomeação de diretores do Estado nestas empresas, o que pode ser feito nos próximos dias.
A tomada de controle das empresas ocorrerá "progressivamente", conforme disse à imprensa boliviana Manuel Morales Olivera, assessor da presidência da YPFB. "Uma medida desta dimensão não quer dizer que, no caso das refinarias, substituiremos todos os funcionários. Tomar o controle acionário da refinaria implica em controlar as instalações, em colocar o pessoal da YPFB e começar progressivamente a tomada do controle da empresa", explicou.