Uma boa notícia para começar 2023: na Luisiana agora é mais difícil o acesso a sites de pornografia para os menores de idade.
Graças a uma lei sancionada em 2022 que entrou em vigor no dia 1º de janeiro, os sites de pornografia agora são obrigados a pedir para os visitantes que vivem na Luisiana que provem sua idade por meio de um sistema, chamado LA Wallet [Carteira LA], que é baseado na carteira de motorista.
Sem surpresa, menores de idade habilidosos com tecnologia podem (e provavelmente conseguirão) encontrar meios de burlar a lei. Mas qualquer coisa que mantenha a pornografia longe dos menores é um grande passo à frente na nossa era viciada em pornografia, em que os smartphones permitem que os adolescentes e pré-adolescentes vejam conteúdo explícito, com facilidade e em segredo, que certamente distorce sua sexualidade em desenvolvimento.
Considere o caso da cantora pop Billie Eilish, agora com 21 anos, que revelou em uma entrevista no “Howard Stern Show” que ela começou a assistir à pornografia com certa de 11 anos de idade.
“Acho que realmente destruiu o meu cérebro e eu me sinto arrasada por ter sido exposta a tanta pornografia”, disse em 2021 a cantora de hits como “Bad Guy” e “Male Fantasy”.
Eilish disse que seu uso de pornografia levou a pesadelos e afetou os seus desejos e imaginação sexuais.
“Cheguei ao ponto de não poder assistir nada mais ao menos que fosse violento; eu não achava atraente”, lembrou Eilish, notando que, àquela altura, ela ainda era virgem.
Com o tempo, o consumo de pornografia afetou sua vida sexual: “Nas primeiras vezes que eu, sabe, fiz sexo, eu não estava dizendo não para coisas que não eram boas. Era porque eu pensava que eu devia ter atração por essas coisas”.
É isso o que queremos para crianças e adolescentes? Pesadelos? Desejos sexuais distorcidos? Assentimento ao sexo problemático?
Na verdade, as declarações da Eilish deram inspiração direta à deputada estadual da Luisiana Laurie Schlegel, que propôs o projeto de lei exigindo a verificação de idade, de acordo com uma entrevista que a própria Schlegel deu.
Schlegel, do Partido Republicano, também citou em especial a natureza da pornografia online hoje como um fator. “Acho que muitos pais não sabem o que está na internet”, disse ela ao USA Today.
“Gosto sempre de contar para as pessoas que essa não é a Playboy do papai. O que as crianças estão vendo na Internet é pornografia extremamente gráfica e pesada”, acrescentou Schlegel.
Eilish não está sozinha nisso.
“A média de idade na primeira exposição à pornografia está entre 11 e 12 anos”, escreveu no site Psychology Today a terapeuta Amanda Giordano, autora de “Um Guia Clínico para Tratar Vícios Comportamentais” [em tradução livre].
Ver pornografia quando criança pode ter consequências para o resto da vida.
“Pessoas com hábitos de consumo compulsivo de pornografia relataram que viram o conteúdo online pela primeira vez aos 13 anos, comparadas aos membros do grupo controle [sem esses hábitos], que só viram aos 17 anos”, noticiou Julie Jargon, do Wall Street Journal, citando uma pesquisa de 2014 de Valerie Voon, professora de psiquiatria na Universidade de Cambridge, Inglaterra.
“Nas mais de duas décadas nas quais trabalhei com centenas de homens e mulheres tentando superar o vício em pornografia, eu encontrei apenas uma pessoa que não começou a usar pornografia quando criança”, relata John Fort, diretor de treinamento do Be Broken Ministries [algo como Evangelização para Traumatizados], no site Covenant Eyes [Olhos da Aliança], que promove programas de computador que ajudam a ter responsabilidade e bloqueiam a pornografia.
“Muitos estudos mostram que, quando as pessoas são expostas ao conteúdo sexualmente explícito durante a infância ou adolescência, elas têm um risco maior significativo de desenvolver uso problemático de pornografia depois”, acrescenta Fort. “Do mesmo modo, estudos indicam que, quanto mais jovem for a criança quando é exposta à pornografia pela primeira vez, maior tende a ser o seu consumo de pornografia quando adulta”.
Quaisquer que sejam as opiniões do leitor a respeito de adultos usando pornografia, alguém quer isso para suas crianças e adolescentes?
Considere a história do Alexander Rhodes que, assim como Eilish, diz que viu pornografia pela primeira vez por volta dos 11 anos e cuja experiência mostra como a exposição precoce à pornografia pode levar a um hábito compulsivo.
Rhodes estava em um site de vídeo games quando uma propaganda pop-up mostrou “uma imagem de pornografia de estupro simulado”, de acordo com uma entrevista que ele deu à CNN em 2019. Rhodes começou a procurar na Internet por imagens de barrigas de mulheres e gradualmente passou a fazer buscas por imagens cada vez mais risqué.
“Acho que fiquei viciado em pornografia quase dentro de um ano desde a primeira vez que vi. Tipo, eu tinha 12 anos e estava usando basicamente o dia inteiro”, disse Rhodes, explicando que usava para a masturbação.
O hábito afetou a vida dele: no sexto, sétimo e oitavo anos, com frequência ele ia para casa assistir à pornografia em vez de particular de atividades extracurriculares ou sair com os amigos.
Ver pornografia também mudou como ele pensava a respeito das mulheres: “acho que a pornografia tirou todo o mistério das mulheres para mim, ao ponto de eu não me interessar mais por elas”, recorda Rhodes.
“No começo, eu tipo pensava que queria ter encontros e tal. Mas quando me envolvi intensamente com a pornografia, eu só... não queria. Sabe, eu tinha a pornografia, não precisava disso”.
Quando adulto, Rhodes fundou um site, NoFap [algo como Nada de Masturbação], para ajudar os viciados em pornografia a se recuperarem.
Mas não seria melhor se os adultos nunca desenvolvessem um problema com a pornografia?
A Luisiana pode estar começando uma onda. O senador Mike Lee, republicano de Utah, no mês passado propôs um projeto de lei apelidado SCREEN Act [“Lei da Tela”] que forçaria os sites de pornografia a verificar as idades dos visitantes antes de mostrar o conteúdo.
“Dada a taxa alarmante de exposição dos adolescentes à pornografia, creio que o governo deve agir rápido para criar proteções que têm uma chance de sobreviver ao escrutínio da Primeira Emenda [da Constituição, que cuida da liberdade de expressão]”, disse Lee em uma nota à imprensa.
“Nós exigimos verificação de idade em lojas de alvenaria. Por que não devemos exigir online?”
Lee dá um bom argumento — e um argumento que mais americanos deveriam ouvir. Enquanto isso, tenhamos a esperança de que ao menos em um estado as crianças terão vidas (e infâncias) melhores por causa dessa ação legislativa.
©2022 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
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