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O médico norte-americano infectado com o vírus Ebola enquanto estava na Libéria e levado para os Estados Unidos para tratamento em uma ala especial isolada está melhorando, afirmou a autoridade máxima da Saúde dos Estados Unidos no domingo (3).

O médico Kent Brantly, de 33 anos e que tem dois filhos, conseguiu sair andando, com ajuda, de uma ambulância depois de chegar em um voo para Atlanta, onde está sendo tratado por especialistas em doenças infecciosas no Hospital da Universidade de Emory.

"É animador que ele esteja melhorando - isso é muito importante - e estamos esperando que ele continue melhorando", disse o Doutor Tom Frieden, diretor do Centro norte-americano para controle de doenças em Atlanta, em entrevista ao programa "Face the Nation" da rede CBS.

Frieden disse ao programa que era muito cedo para prever se Brantly sobreviveria, mas afirmou que era improvável que a mulher e os filhos de Brantly, que deixaram a Libéria pouco antes dele começar a exibir os primeiros sintomas, terem contraído a doença.

Pessoas que foram expostas ao Ebola mas não estão doentes não podem infectar os outros, disse Frieden.

Brantly, que trabalha para a organização cristã Bolsa Samaritana, baseada na Carolina do Norte, estava na Libéria trabalhando na resposta ao pior surto de Ebola já registrado quando contraiu a doença. Desde fevereiro, mais de 700 pessoas na África ocidental já morreram devido à infecção.

O Ebola é um vírus hemorrágico com taxa de morte de até 90% dos que são infectados. A taxa de fatalidades na atual epidemia é de cerca de 60%.

A missionária norte-americana Nancy Writebol, que contraiu Ebola enquanto trabalhava no mesmo local em que Brantly, será levada para os Estados Unidos em um outro voo, já que aeronave médica é equipada para trazer apenas um paciente de cada vez.

Missionária deve chegar na próxima semana

Autoridades disseram que a chegada de Writebol, de 59 anos e mãe de dois filhos, era esperada para essa semana em Atlanta. Seu marido, David, que estava vivendo e trabalhando na Libéria com a mulher, deve viajar para casa separadamente durante os próximos dias, disse a organização missionária para a qual eles trabalham, a SIM USA, em um comunicado.

Apesar das preocupações envolvendo a chegada de pacientes de Ebola no país, o diretor do centro de controle de doenças Frieden disse que os Estados Unidos poderão ver apenas alguns casos isolados em pessoas que estavam viajando.

"Não acredito que há uma chance de vermos uma epidemia de Ebola neste país", afirmou.

As instalações na Universidade de Emory escolhidas para tratar os americanos infectados e montadas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças, é uma das quatro no país habilitadas a lidar com casos do tipo.

Os dois americanos serão tratados por uma equipe de quatro médicos infectologistas, e poderão ver seus familiares através de uma janela de vidro, comunicando-se com eles por telefone ou por um interfone.

A porta-voz do Centro de Controle e Prevenção de Doenças Barbara Reynolds disse que a agência não sabia de nenhum outro paciente de Ebola sendo tratado nos Estados Unidos anteriormente. Cinco pessoas adentraram o país na última década com febre de Lassa ou febre de Marburgo, febres hemorrágicas que são semelhantes ao Ebola.

A Agência de Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) disse na sexta-feira que estava pronta para trabalhar com empresas e investigadores que trabalham com os pacientes em necessidade de tratamento.

Uma autoridade da FDA disse que consideraria disponibilizar tratamentos que consistiriam em aplicações especiais de novas drogas de emergência, se os benefícios do tratamento compensarem os possíveis riscos de segurança.

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