Além da decapitação do jornalista James Foley na Síria, em uma ação que chocou o mundo, o Estado Islâmico ameaça matar outros três americanos caso suas demandas não sejam atendidas, informou nesta quinta-feira o jornal "New York Times", citando ex-prisioneiros, familiares e mediadores que tentam negociar a libertação dos reféns. Junto com os três americanos, o grupo extremista retém ainda cidadãos britânicos. Um dia após a divulgação do vídeo na terça-feira (19) que mostra o assassinato de Foley, o Pentágono admitiu que forças americanas invadiram a Síria secretamente numa tentativa arriscada e infrutífera de resgatar o jornalista e outros reféns, na primeira incursão terrestre dos Estados Unidos no território sírio desde o início da guerra civil em 2011.
O grupo terrorista elencou uma série de exigências para a liberação dos estrangeiros, começando por recebimento de dinheiro e troca de prisioneiros, que inclui a libertação de Aafia Siddiqui, uma neurocientista paquistanesa com laços com a al-Qaeda atualmente presa no Texas.
A missão de resgate, autorizada pelo presidente Barack Obama com base nas informações da Inteligência dos Estados Unidos, ocorreu no início de junho. O governo da Síria negou nesta quinta-feira que a operação tivesse ocorrido dentro de seu território, apesar de não controlar grandes áreas onde o Estado Islâmico opera.
esquerdaGrandeAPJim ColeDiane e John Foley, pais do jornalista James Foley, falam com a imprensa em frente à sua casa em Rochester, em New HampshireAutoridades americanas não deram detalhes de quando exatamente a operação foi realizada, mas disseram que não foi nas últimas semanas. A missão é a primeira que os Estados Unidos combatem em terra militantes do Estado Islâmico, visto por Obama como uma ameaça crescente no Oriente Médio.
Missão de resgate fracassa
As forças especiais dos EUA e outros militares, apoiados por helicópteros e aviões trocaram tiros com militantes do Estado Islâmico, vários dos quais foram mortos. Os reféns, no entanto, não estavam no local imaginado.
Lisa Monaco, assessora de contraterrorismo de Obama, afirmou em um comunicado que o presidente autorizou a missão porque sua equipe de segurança nacional havia avaliado que os reféns estavam em perigo.
- O governo dos EUA tinha o que acreditava ser suficiente da Inteligência, e, quando a oportunidade se apresentou, o presidente autorizou o Departamento de Defesa a avançar agressivamente para recuperar os nossos cidadãos. Infelizmente, essa missão não foi bem-sucedida, porque os reféns não estavam no local - disse Lisa.
O Conselho de Segurança Nacional disse na quarta-feira que nunca teve a intenção de divulgar a operação.