O Estado Islâmico destruiu dois antigos mausoléus na cidade histórica de Palmira, considerada Patrimônio Mundial pela Unesco. Imagens divulgadas pelo grupo extremista mostram a tumba do xeque Mohammed Ben Ali antes e depois de uma explosão.
Segundo o EI, o ataque ocorreu depois de o grupo anunciar que iria retirar marcos politeístas da área.
Palmira foi tomada há um mês pelo EI, despertando a preocupação de que ruínas milenares fossem destruídas. No último fim de semana, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ONG que monitora o conflito, informou que minas e explosivos haviam sido colocados na área antiga da cidade.
Agora, fotos do mausoléu começaram a circular na internet como parte de um informe braço de mídia do grupo sob o título “Eliminação de marcos politeístas”. Na imagens, homens carregam explosivos até o alto do monte Mohammed Ali, no norte de Palmira.
O xeque Mohammed Ben Ali é um descendente da família do profeta Ali Ben Abi Taleb e sua tumba está localizada a quatro quilômetros do centro da cidade. Esse era um importante local de visitação para os muçulmanos.
Uma segunda tumba também aparece sendo destruída. O outro túmulo ficaria em Chkaf e tem mais de 500 anos. Ele é conhecido pelo nome de Nizar Abu Bahaedin, um religioso de Palmira. O monumento ficava no oásis da cidade, a 500 metros do Arco do Triunfo
Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório, acredita que a destruição em Palmira vai continuar, mas acha que o grupo está sentindo a pressão do Exército sírio.
“Acho que o EI sabe que o regime está muito perto da cidade histórica e que vai bombardear a área”, disse à “Newsweek”.
Para o ativista Batoul al-Homsi, a explosão dos mausoléus pode ser uma resposta ao reforço das tropas do governo na região.
Em um ano de avanço no Iraque e na Síria, o Estado islâmico já destruiu mais de 50 mausoléus antigos, além de templos, mesquitas e peças em museus. Para o diretor de Antiguidades da Síria, Maamoun Abdulkarim, o EI considera que essas tumbas vão contra suas crenças.
O wahabismo, uma versão mais rigorosa do Islã, considera idolatria a visita a túmulos religiosos.
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