EUA verificam autenticidade de vídeo
O governo do presidente Barack Obama está analisando o vídeo que mostra a decapitação de um jornalista norte-americano por homens que se dizem militantes do grupo extremista Estado Islâmico, mas ainda não confirmou sua autenticidade.
Segundo a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, Caitlin Hayden, autoridades do governo assistiram ao vídeo. Ela disse que, se a gravação for considerada verdadeira pelo serviço de inteligência, os EUA ficariam "estarrecidos pelo assassinato brutal de um jornalista norte-americano inocente".
Um vídeo postado nesta terça-feira na rede YouTube supostamente mostra um homem, identificado como o jornalista norte-americano James Wright Foley, sendo decapitado por um militante do Estado Islâmico.
Assista a um fragmento do vídeo
Foley, um repórter fotográfico freelancer, desapareceu no noroeste da Síria em 22 de novembro de 2012. Em maio de 2013, uma reportagem da Columbia Journalism Review, da faculdade de jornalismo da Universidade Columbia, de Nova York, dizia que Foley estava sendo mantido por seus captores perto de Damasco.
O vídeo traz um texto que diz: "Obama autoriza operações militares contra o Estado Islâmico, colocando a América numa ladeira escorregadia na direção de um novo fronte da guerra contra os muçulmanos". Na imagem, filmada num deserto, Foley aparece com a cabeça raspada, as mãos amarradas às costas e vestido com uma bata cor de laranja; atrás dele está um homem armado, vestido de preto, conforme mostram imagens estáticas publicadas pelo jornal britânico Daily Mail (e disponíveis aqui).
Voltado para a câmera, o jornalista lê uma mensagem endereçada a seu irmão John, que serve na Força Aérea dos EUA. "Eu morri naquele dia, John, quando os seus colegas jogaram uma bomba nessa gente, Eles assinaram minha sentença de morte", diz Foley. O jornalista também diz: "Chamo meus amigos, família e entes queridos a erguer-se contra meus verdadeiros matadores, o governo dos EUA. Porque o que vai acontecer comigo é apenas o resultado de sua complacência e criminalidade."
Foley para de falar e seu executor dá um passo à frente, dizendo: "Vocês tramaram contra nós e saíram de seu caminho para achar motivos para interferir em nossos assuntos. Hoje, a sua força aérea militar está nos atacando diariamente no Iraque. Seus ataques causaram baixas entre os muçulmanos. Vocês já não estão combatendo uma insurgência. Somos um exército islâmico e um Estado que foi aceito por um grande número de muçulmanos em todo o mundo. Portanto, na prática, qualquer agressão ao Estado Islâmico é uma agressão aos muçulmanos de todos os ramos de atividade que aceitaram o Califado Islâmico como sua liderança. Portanto, qualquer tentativa sua, Obama, de negar aos muçulmanos seus direitos de viver em segurança sob o Califado Islâmico resultará em derramamento do sangue do seu povo."
Nesse ponto, o executor decapita o jornalista. Comentaristas citados pela Associated Press disseram que o sotaque do executor é britânico, possivelmente de Londres ou do sudeste da Inglaterra.
Depois do assassinato de Foley, o executor exibe no vídeo outro prisioneiro, também de joelhos e com as mãos amarradas às costas; uma legenda identifica o prisioneiro como Steven Joel Soltoff, um norte-americano que desapareceu na Líbia em agosto de 2013. O executor diz: "A vida deste cidadão americano, Obama, depende da sua próxima decisão."