Militantes do Estado Islâmico explodiram neste domingo (23) o templo da era romana de Baal-Shamin, um dos locais mais importantes da antiga cidade de Palmira, na Síria, informou o responsável pelo departamento de patrimônio histórico da Síria, Maamoun Abdul Karim.
Crime de guerra
A Unesco condenou nesta segunda-feira o ataque do Estado Islâmico (EI) ao templo de Baal Shamin, uma das maiores relíquias arqueológicas da cidade de Palmira, classificando-o de crime de guerra.
Construído nos primeiros séculos da era cristã, o templo era dedicado ao deus fenício dos raios e das tempestades. Uma reforma datada de 258 d.C. adicionou influência egípcia à arquitetura do santuário da era romana.
É a primeira vez que o EI danifica ruínas do período romano em Palmira. Em junho, a milícia explodiu dois antigos santuários da cidade, considerados pagãos pelos militantes. No mês seguinte, demoliu a famosa estátua do Leão de al-Lat (“deusa-mãe de Palmira”), que ficava na entrada do museu local.
“Nós temos dito repetidamente que a próxima fase será de aterrorizar pessoas e que, quando eles tivessem tempo, começariam a destruir os templos”, disse Abdul Karim à agência Reuters.
“Estou vendo Palmira ser destruída em frente aos meus olhos”, afirmou Abdul Karim. “Deus nos ajude nos próximos dias.”
Há uma semana, militantes decapitaram Khaled Asaad -- arqueólogo de 82 anos que trabalhou por mais de 50 anos no setor de antiguidades em Palmira --, depois de interrogá-lo por mais de um mês.
Antes do domínio da cidade pelo EI, autoridades sírias disseram que levaram centenas de estátuas antigas para locais seguros, preocupados com o fato de que as peças poderiam ser destruídas.
De acordo com Abdul Karim, o EI também começou a fazer escavações para buscar ouro e está dando licenças para a atividade ilegal na cidade síria.