O Estado Islâmico divulgou, nesta quinta-feira (18), um novo vídeo que mostra mais um prisioneiro britânico mantido refém na Síria. O material intitulado "Lend me your ears" (Me empreste seus ouvidos, numa tradução livre) é diferente dos vídeos mais recentes do grupo radical. Nas imagens, que duram três minutos, o fotojornalista John Cantlie aparece sozinho, identifica-se, afirma que é um prisioneiro e que irá contar a "verdade sobre o Estado Islâmico" numa série de "vídeo aulas".
O prisioneiro diz que já trabalhou para vários veículos de mídia britânicos, incluindo os jornais The Sun, The Sunday Telegraph e The Sunday Times, e critica a postura da mídia ocidental em relação ao Estado Islâmico.
Cantlie conta que foi capturado pelo grupo radical logo após chegar à Síria, em novembro de 2012. "Em dois anos, muitas coisas mudaram e o Estado Islâmico hoje ocupa um território no Iraque e na Síria maior do que a Grã-Bretanha", diz. O britânico explica que faz as declarações porque foi "abandonado pelo seu país". "Meu destino está nas mãos do Estado Islâmico e não tenho mais nada a perder", completa.
O prisioneiro critica a guerra contra o Estado Islâmico e afirma que, além dele, outros reféns britânicos e norte-americanos foram abandonados por seus governos. Nenhum representante do Estado Islâmico aparece nas imagens, que também não fazem menção ao refém britânico Alan Henning, ameaçado de morte em vídeo divulgado no sábado (13).
O governo britânico se recusou a comentar o assunto. Em Copenhague, o secretário britânico do Exterior, Philip Hammond, afirmou aos jornalistas que ainda não tinha assistido ao vídeo divulgado na quinta-feira, mas que o governo vai "olhar com cuidado" qualquer material publicado na internet. "O Estado Islâmico não é uma ameaça somente para a estabilidade da região do Oriente Médio, mas para todo o mundo", disse.