Um atentado com tiros e explosões contra uma área comercial no centro de Jacarta, capital da Indonésia, terminou com ao menos dois civis e cinco atiradores mortos, além de dez feridos, informaram as autoridades.
A ação foi reivindicada pela milícia terrorista Estado Islâmico, em mensagem que circulou em fóruns radicais islâmicos. Inicialmente, a polícia havia cogitado a possibilidade de que os extremistas estivessem por trás do ataque.
Por volta das 10h30 locais (1h30 de Brasília) desta quinta-feira (14), um número indeterminado de agressores detonou explosivos e abriu fogo perto de uma cabine da polícia e de um café da rede Starbucks, a poucos metros de um escritório da ONU. Perto dali, encontram-se o palácio presidencial e a embaixada dos EUA.
Após cinco horas de tensão e troca de tiros, a polícia declarou “ter tomado controle” da região. Não está claro se alguns dos agressores conseguiram fugir do local.
“Escutei uma forte explosão, como um terremoto, e todos seguimos para a rua”, disse Ruli Koestaman, 32, que estava perto do local. “Todos se reuniram e um terrorista chegou e começou a atirar na nossa direção e contra o Starbucks.”
O porta-voz da polícia, general Anton Charliyan, disse que os responsáveis pelo ataque em Jacarta “imitaram as ações terroristas em Paris”, que deixaram 130 mortos em novembro, organizadas pelo Estado Islâmico.
Em nota divulgada em fóruns radicais islâmicos e encontrada pelo site de monitoramento SITE, a milícia radical ameaçou os “cruzados”, como se referem aos europeus e aos americanos, dizendo que “não terão segurança na casa dos muçulmanos”.
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, chamou os ataques de “atos terroristas”, e pediu que a população não se deixe vencer pelo medo. “Esse ato tem o claro objetivo de perturbar a ordem pública e aterrorizar as pessoas”, declarou, na TV.
A chancelaria da Holanda disse que um cidadão do país ficou gravemente ferido no ataque e passava por cirurgia. A rede Starbucks anunciou o fechamento “até nova ordem” de todos os cafés em Jacarta.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro lamentou o ataque e manifestou seu repúdio contra a ação. O Itamaraty pediu aos brasileiros em Jacarta que evitem lugares movimentados e reduzam seu deslocamento nas ruas.
Alerta
A Indonésia está em alerta máximo desde que receberam informações de possíveis atentados. De acordo com a polícia, o EI fez ameaças em novembro, dizendo que “haveria um concerto” na Indonésia, referindo-se a um atentado.
Em dezembro, a polícia prendeu cinco pessoas suspeitas de integrar uma rede próxima ao EI e outras quatro vinculadas ao grupo extremista Jemaah Islamiyah, responsável por vários atentados na Indonésia.
Na ocasião, as forças de segurança apreenderam material para a fabricação de explosivos e uma bandeira inspirada no EI.
A Indonésia tem a maior população muçulmana do mundo, 88% de seus 250 milhões de habitantes, e já foi alvo de vários ataques de extremistas islâmicos. O maior deles foi em 2002, na ilha turística de Bali, quando 202 pessoas morreram, em sua maioria turistas australianos.
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