Soldados sírios caminha após retomada de Palmira| Foto: Stringer/AFP

Mais de 300 funcionários de uma fábrica de cimento síria foram sequestrados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que, contudo, sofreu uma nova derrota ao perder sua principal passagem para a Turquia nesta quinta-feira (7).

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Dez dias após perder a histórica cidade de Palmira, os rebeldes sírios tomaram o controle da principal passagem com a Turquia utilizada pelo EI, segundo informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

“Facções rebeldes e islamitas assumiram o controle da parte nordeste de al-Rai”, localidade na fronteira com a Turquia na província de Aleppo, indicou à AFP Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH, acrescentando que “se trata da principal e uma das últimas passagens entre os dois países”.

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O Observatório, que dispõe de uma ampla rede de fontes em toda a Síria, também informou que dois líderes do EI, um encarregado da região de Al-Bab (província de Aleppo) e um responsável pela eletricidade, foram mortos em um ataque realizado por aviões da coalizão internacional nas proximidades de Al-Rai.

Há dez dias, o grupo extremista perdeu para os rebeldes pelo menos 18 aldeias na província de Aleppo. Para Abdel Rahman, “todas as partes em conflito na Síria parecem concentrar suas operações contra o EI, seja rebeldes, regime ou curdos”.

Neste sentido, as partes beneficiam de um cessar-fogo patrocinado por Washington e Moscou e que exluí os grupos extremistas.

300 sequestrados

Expulsos de Palmira e Al-Qaryatayn (centro) e na defensiva em Aleppo, o EI lançou na segunda-feira uma ofensiva na região de Dmeir, no nordeste de Damasco, onde sequestrou mais de 300 funcionários de uma fábrica de cimento, segundo a agência oficial síria Sana.

“Grupos terroristas vinculados o Daesh (EI em árabe) sequestraram mais de 300 empregados e executivos da fábrica de cimento Al Badia, na província de Damasco. A companhia informou a ministério da Indústria que não conseguiu contatar as pessoas sequestradas.

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Apesar da ofensiva dos extremistas em Dmeir, o governo prepara o retorno dos primeiros deslocados de Palmira, que poderão retornar para casa depois que as tropas do regime reconquistaram a cidade em 27 de março.

A localidade de Dmeir está dividida entre as zonas controladas pelo EI, ao leste, e as posições rebeldes ao oeste, mas o aeroporto militar e as centrais de energia elétrica permanecem sob poder do governo.

“Os confrontos mais violentos estão acontecendo perto do aeroporto e das centrais elétricas, mas o EI ainda não conseguiu entrar”, disse Rami Abdel Rahman, diretor da ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Desde domingo, o EI conquistou cinco posições do governo na região, incluindo dois postos de controle.

Uma moradora de Dmeir que pediu para não ser identificada disse à AFP que era possível ouvir os bombardeios nas proximidades da cidade. A mulher disse que a situação nos bairros da zona leste era “muito tensa”, sem energia elétrica ou água.Ao mesmo tempo, o governo organiza os primeiros retornos a Palmira.

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“O primeiro grupo de ônibus com residentes que voltarão a Palmira deve sair no sábado. Os moradores começaram o registro hoje”, disse à AFP uma fonte do governo provincial.

A maior parte da população que morava em Palmira antes da cidade ser capturada pelo EI fugiu quando o grupo chegou à região.

As estimativas são de que 70 mil pessoas viviam em Palmira antes da chegada do EI e que 15 mil permaneceram, mas as autoridades desconhecem o paradeiro de vários moradores.

De acordo com o governo, 45% dos bairros foram destruídos.

Esta semana, as autoridades começaram a restabelecer a rede de energia elétrica e a reconstruir as casas, segundo o governador provincial, Talal Barazi.

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Durante o período de ocupação, o EI destruiu muitos monumentos, incluindo o templo de Bel. Os extremistas usaram o antigo anfiteatro como palco para as execuções públicas.

O conflito deixou desde 2011 mais 270 mil mortos, obrigando mais da metade da população a fugir de suas casas.