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Estado Islâmico sequestra mais três jornalistas

Mulheres curdas participam de funeral de soldados em cemitério de Kobane, na Síria | Kai Pfaffenbach/Reuters
Mulheres curdas participam de funeral de soldados em cemitério de Kobane, na Síria (Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters)

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) sequestrou ontem três jornalistas iraquianos na cidade de Mossul, no norte do Iraque, informou à Agência Efe o diretor do Comitê Iraquiano de Defesa dos Direitos dos Jornalistas, Ibrahim Serayi.

Integrantes do EI invadiram as casas dos três jornalistas nos bairros de Al Nour e Sukar, em Mossul, e os capturaram. Os profissionais foram submetidos a um interrogatório, segundo explicaram os parentes deles.

Os sequestrados pelos jihadistas são o repórter Qais Talal e os cinegrafistas de um canal local de televisão via satélite Walid Akidi e Ashraf Abadi. Desde que o Estado Islâmico tomou o controle de Mossul em junho, um grande número de jornalistas abandonou a cidade por temer represálias.

Os principais alvos dos jihadistas são os que criticam o terrorismo ou que apoiam o governo, o que os obriga a trabalhar na clandestinidade. O grupo executou a apresentadora do canal Al Mosulia, Mislon Yauadi, e capturou outros repórteres, como Hisham Harbaui e Yala Abadi.

O EI, que proclamou um califado nas zonas sob seu controle no Iraque e na Síria, também sequestrou jornalistas ocidentais em território sírio. Os vídeos divulgados com as decapitações dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff, e do voluntário britânico David Haines tiveram grande repercussão no mundo inteiro. Em comunicado, a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenou na quinta-feira a "perseguição criminosa e fanática" do Estado Islâmico aos jornalistas e ressaltou que as zonas controladas pelo grupo extremista se tornaram "buracos negros para as notícias".

A organização destacou que o EI deu ordem para os combatentes assassinarem todos os jornalistas que "danificarem a imagem do grupo". "A informação é suprimida ou fica inacessível" nas zonas controladas pelos extremistas devido ao clima de "censura e terror" que eles impõem e que impede os jornalistas de trabalhar com normalidade.

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