Os jihadistas do Estado Islâmico podem ter realizado um ataque com armas químicas em uma cidade no Norte da Síria na sexta-feira, informou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) nesta terça-feira (25). Segundo funcionários da ONG, uma família foi tratada com dificuldades de respirar e bolhas na pele depois que um morteiro atingiu sua casa em Marea. A Sociedade Síria-Americana de Medicina também relatou que recebeu 50 pacientes com sintomas de exposição a substâncias químicas.
Segundo os rebeldes locais, as bombas foram disparadas a partir de uma aldeia capturada pelos extremistas. Um porta-voz do grupo insurgente Frente Shami disse ao jornal americano “New York Times” que metade dos 50 morteiros e disparos de artilharia que atingiram Marea continham mostarda de enxofre, também conhecido como gás mostarda. Essa substância provoca graves danos à pele, olhos, ao sistema respiratório e a órgãos internos.
Os médicos do MSF relataram que quatro pacientes — pai, mãe e as filhas de 3 e 5 cinco dias — chegaram a um de seus hospitais horas após o ataque de sexta-feira à noite na província de Aleppo, com dificuldades para respirar, pele inflamada, olhos vermelhos e conjuntivite. Em três horas, eles desenvolveram bolhas e as apresentaram mais complicações respiratórias.
A equipe tratou os sintomas e deram aos pacientes oxigênio antes de transferi-los a outra unidade para tratamento especializado.
“O MSF não tem exames de laboratório para confirmar a causa destes sintomas”, disse Pablo Marco, gerente de programa da organização na Síria. “No entanto, os sintomas clínicos, a forma como eles mudaram ao longo do tempo, e os relatos dos pacientes sobre as circunstâncias do envenenamento, tudo aponta para uma exposição a substâncias químicas”.
Na segunda-feira (24), o Sírio Sociedade Americana de Medicina disse que seu hospital em Marea havia recebido mais de 50 civis com sintomas semelhantes. Cerca de 30 deles desenvolveram bolhas na pele, e os médicos identificaram o agente como mostarda de enxofre.
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